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Dona da Autoeuropa vai injetar 60 mil milhões numa nova geração de carros elétricos

A Volkswagen pretende investir 60 mil milhões de euros no mundo da mobilidade elétrica e híbrida e da tecnologia digital. O grupo alemão quer fazer sair das suas fábricas cerca de 32 milhões de exemplares mais sustentáveis, nos próximos 10 anos.

Mário Cruz/Lusa
15 de Novembro de 2019 às 15:09
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Depois de anunciar o início da produção do ID.3, a Volkswagen garante que vai continuar com o pé no acelerador do investimento em veículos elétricos e híbridos.

 

O gigante automóvel alemão, que em Portugal produz os modelos Sharan e T-Roc na Autoeuropa, em Palmela, anunciou que vai construir até 75 modelos de carros elétricos e cerca de 60 híbridos. O investimento, a fazer até 2024, inclui também a tecnologia digital.

 

"A hibridação, eletrificação e digitalização de nossa frota estão a tornar-se áreas de foco cada vez mais importantes. Pretendemos aproveitar as economias de escala e alcançar sinergias máximas. Perante o agravamento da situação económica, também estamos a trabalhar para aumentar a nossa produtividade, eficiência e base de custos, a fim de garantir o cumprimento das nossas metas ", afirma Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen, em comunicado.

 

Até 2029, serão cerca de 32 milhões de unidades destes novos modelo (26 milhões elétricos e 6 milhões híbridos) com a chancela da dona da Autoeuropa a chegar à estrada.

 

Atualmente, a oferta de elétricos da Volkswagen é composta pelos modelos e-up (o primeiro, lançado em 2013), e-Golf e ID nas vertentes Buzz, Crozz, Vizzion, R e 3. Nos híbridos, circulam o Golf GTE, Passat GTE e Passat Variant GTE.

 

Os novos veículos elétricos agora anunciados serão produzidos fora da Alemanha, nas fábricas que a Volkswagen possui na República Checa, Estados Unidos e China. Os híbridos vão sair da Alemanha.

 

Dos 60 mil milhões de euros do investimento agora anunciado pela Volkswagen, mais de metade (33 mil milhões) vão totalmente para a mobilidade elétrica. Este bolo, garante a o grupo germânico, equivale a pouco mais de 40% do investimento da empresa em ativos imobilizados, mas representa um aumento de cerca de dez pontos percentuais.

 

O anúncio surge depois de, no início deste mês, o governo alemão e a indústria automóvel terem chegado a um acordo para aumentar os incentivos financeiros para a compra de carros elétricos, um bónus que pode atingir os seis mil euros. "Vai ser possível dar apoio para mais 650 mil a 700 mil veículos elétricos", revelava Steffen Seibert, porta-voz do governo de Merkel.

 

Em Portugal, também há um incentivo financeiro para a compra de carros elétricos. O Fundo Ambiental concede um incentivo à compra de veículos elétricos de três mil euros para particulares e de 2.250 euros no caso de empresas. Um subsídio a conceder aos primeiros mil veículos e até um preço máximo de 62.500 euros.

 

Esta sexta-feira, o grupo alemão confirmava, ainda, o reequipamento da fábrica em Emden para começar a produção de um veículo utilitário desportivo (SUV) elétrico a partir de 2022. Sobre a localização de uma nova fábrica, só no final do ano.

 

Já na fábrica de Palmela, a Volkswagen deverá bater o recorde de produção total anual de veículos, chegando às 250 mil unidades até ao final deste ano.

 

O grupo Volkswagen obteve 14,6 mil milhões de euros de lucros antes de impostos nos primeiros nove meses deste ano, uma subida de 16,9% face a igual período em 2018. As receitas cresceram 6,9%, para 186,6 mil milhões de euros.

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