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Construam fábricas de baterias, avisam fabricantes de componentes

Os fabricantes de componentes defendem uma transição suave dos veículos tradicionais para os automóveis eléctricos para não beneficiar, no imediato, a China - fornecedor de baterias eléctricas. É preciso construir capacidade de produção dessas baterias no Velho Continente, avisam.

Miguel Baltazar
13 de Setembro de 2017 às 16:17
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A construção de fábricas de baterias para automóveis deve ser uma das prioridades do sector na Europa, não só para não depender excessivamente do mercado chinês, como para conseguir competir com a segunda maior economia do mundo no que toca à electrificação dos veículos.

O aviso foi deixado esta quarta-feira, 13 de Setembro, no mesmo fórum onde por estes dias se apresentam as novidades do mundo automóvel - o salão de Frankfurt. Mas, alerta a indústria de componentes, é preciso que a introdução de veículos eléctricos nas estradas se faça com tranquilidade, sem abandonar apressadamente o fabrico de carros movidos a combustível.

"Precisamos de um período de transição suave que não dê presentes indesejados aos nossos amigos chineses," afirmou Roberto Vavassori, presidente da Associação Europeia dos Fabricantes de Componentes para Automóveis (CLEPA), citado pela Reuters.

O responsável concretizou: uma corrida precipitada aos automóveis eléctricos acabaria por favorecer no imediato a China que, com a Coreia do Sul e o Japão, já tem uma larga fatia do mercado de produção de baterias para carros eléctricos - com cada uma delas a custar entre 4.000 e 7.000 euros.

"Precisamos de produção na Europa para os veículos do futuro, ou poremos a Europa em risco," acrescentou, no mesmo dia em que o presidente da marcaVolkswagen, HerbertDiess, concedia que apesar de confiar, num primeiro momento, nos fornecedores sul-coreanos, seria bem-vinda mais concorrência e a criação de um consórcio europeu.

Os alertas da indústria chegam a menos de duas semanas das eleições alemãs, em que a questão da poluição automóvel, sobretudo nas grandes cidades, tem sido tema de campanha. O governo da chanceler e recandidata Angela Merkel defendeu, nas últimas semanas, um plano de emergência para o diesel que salve o elevado número de empregos que, na economia germânica, dependem desta indústria. 

Nos últimos dias, fabricantes como a Daimler e a Volkswagen anunciaram a intenção de disponibilizar, até 2020, versões eléctricas de parte ou de toda a gama de modelos, no âmbito do esforço de redução global de emissões de gases nocivos. Na mesma linha vem o programa lançado por vários fabricantes europeus que estimula a compra de carros menos poluentes, seja por terem tecnologia mais moderna ou por serem eléctricos.
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