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António Saraiva: “A CGTP está a pôr um vírus na Autoeuropa”

O presidente da CIP receia que a guerra de “cariz político-sindical” que se instalou na Volkswagen Autoeuropa poderá levar à mudança da produção para outros países. Por isso, pede “maturidade” aos trabalhadores.

Pedro Elias
06 de Dezembro de 2017 às 10:14
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O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu esta quarta-feira, 6 de Dezembro, que "a CGTP, uma vez mais, está a pôr um vírus [na Volkswagen Autoeuropa] e a provocar uma luta político-sindical desnecessária".

Numa longa entrevista ao jornal i, António Saraiva diz olhar "com preocupação" para o que se está a passar com a fábrica automóvel de Palmela, depois de no final de Novembro os trabalhadores terem chumbado, pela segunda vez, o pré-acordo alcançado entre a Comissão de Trabalhadores e a administração.


Pedido para que "não extremem relações", o líder da CIP espera que "os trabalhadores tenham maturidade para perceber o que é mais importante para eles e para o país, de forma a ultrapassarem esta crise".


O trabalho obrigatório aos sábados, para garantir a produção do novo T-Roc, é o principal ponto de diferendo na fábrica. "Esta guerra que acabou por se instalar é mais de cariz político-sindical", considera Saraiva.


"Não está só em causa a Autoeuropa, está um conjunto de empresas-satélite que dependem dela e que sofrem com qualquer alteração negativa que venha a ocorrer", recordou, colocando em cima da mesa o cenário de deslocalização da produção do referido modelo.


Na entrevista, o presidente da CIP falou ainda do Orçamento do Estado para 2018, lamentando que não contemple medidas para as empresas. "O Orçamento cria expectativas para as famílias, mas cria desilusão e decepção nas empresas, porque estas esperavam deste Orçamento alguma melhoria, desde logo fiscal", considerou.


A conversa abordou também o impacto do turismo na economia portuguesa, com António Saraiva a mostrar-se favorável com a ideia de que seja criado um Ministério do Turismo. "Acho que sim, o sector merece mais do que uma Secretaria de Estado. Mas é errado dizer que Portugal vive à custa do turismo – essa é uma das forças económicas", justificou.

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