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Vieira da Silva: "Trabalhadores e administração já estão a encontrar solução" na Autoeuropa

Ministro do Trabalho recusa que o impasse na Autoeuropa se deva a uma disputa territorial entre o Bloco de Esquerda e o PCP e diz que trabalhadores e administração já estão a encontrar uma solução, a partir do diálogo social, uma marca distintiva da empresa alemã.

Bruno Simão/Negócios
Elisabete Miranda elisabetemiranda@negocios.pt 17 de Janeiro de 2018 às 15:53

O ministro do Trabalho e da Segurança Social recusa que o conflito laboral na Autoeuropa tenha sido motivado por uma guerra política entre o Bloco de Esquerda e o PCP. Segundo Vieira da Silva, quem coloca as questões nestes termos não percebe nada do que se passa na empresa, onde, acredita o ministro, "trabalhadores e administração vão encontrar uma solução para o impasse" – já estão, aliás, a encontrá-la.

 

Reagindo a uma intervenção do deputado do CDS/PP António Carlos Monteiro, que descreveu o problema como um resultado de "mais uma rivalidade entre os parceiros do Governo, Vieira da Silva respondeu que "limitar o conflito laboral [na Autoeuropa] a um conflito de natureza partidária é não perceber nada do que se passa, é estar ausente da realidade, é estar do lado de fora da história".

 

O ministro acabaria por não enquadrar aquelas que, na sua perspectiva, são as causas do conflito, tendo apenas acrescentado que "há outras realidades e há outros agentes" que ajudam a explicar a situação.

 

Vieira da Silva lembrou ainda a particularidade que a tradição de diálogo social assume na empresa alemã, e mostrou-se confiante de um desfecho favorável. "Eu acredito que os trabalhadores e a administração vão encontrar solução para o impasse". Mais do que isso, "já estão a encontrar essa solução", sem pôr em causa o diálogo social.

 

As esperanças de Vieira da Silva são expressas um dia depois de Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, ter dito que o Governo acompanha a situação com "preocupação" e que tem "trabalhado com as duas partes no sentido de se encontrar um acordo". Na sua passagem pelo Parlamento, o ministro da Economia também referiu que "o problema é mais complexo", e mostrou-se igualmente confiante quanto a um desfecho favorável:  "Há potencial e uma plataforma em que esses acordos podem ser encontrados". 

 

O conflito na Autoeuropa arrasta-se desde Agosto, quando os trabalhadores chumbaram os novos horários de trabalho. Desde então várias vozes têm atribuído o braço-de-ferro maioritariamente a lutas territoriais entre o Bloco de Esquerda e o PCP, e uma delas é Carlos Silva, líder da UGT, que ainda esta semana acusou a CGTP de "agitar e confundir os trabalhadores" e de "não falar a verdade".

 

No mesmo sentido foi António Saraiva, presidente da CIP, segundo o qual "a CGTP está a pôr um vírus na Autoeuropa".

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