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Ameaça de Trump contra México “retira” 16 mil milhões de euros à indústria automóvel

A ameaça do presidente dos EUA de aplicar tarifas à importação de bens do México levou as empresas da indústria automóvel mundial a perder mais de 16 mil milhões de euros em valor de mercado. A BMW inaugura uma fábrica de 900 milhões de euros no México na próxima semana.

31 de Maio de 2019 às 16:19
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A ameaça feita quinta-feira pelo presidente dos EUA de aplicar tarifas à importação de bens do México levou as empresas da indústria automóvel mundial a perder mais de 16 mil milhões de euros em valor de mercado.

O México é o principal fornecedor de veículos e peças automóveis dos EUA, pelo que a aplicação de tarifas irá aumentar os custos a praticamente todos os principais fabricantes automóveis que operam no mercado norte-americano.

Donald Trump escreveu no Twitter na noite de quinta-feira que as tarifas começariam nos 5% a 10 de Junho e aumentariam progressivamente até aos 25%, a 1 de outubro, caso o México não impedisse a entrada de imigrantes ilegais nos EUA.

Até à abertura das bolsas dos EUA alguns dos maiores fabricantes mundiais, incluindo a Ford, Toyota e Volkswagen, perderam cerca de 18 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) em capitalização bolsista, assinala a Bloomberg.

Também a General Motors (GM) e o grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) viram a cotação das suas ações cair após a ameaça de Trump. Entre os modelos automóveis importados do México contam-se alguns dos mais vendidos nos EUA, casos do Chevrolet Silverado, da GM, o Ram, do grupo FCA, o Tacoma, da Toyota, ou o Volkswagen Jetta. No ano passado, os veículos fabricados no México representaram 17% dos veículos vendidos pelos "big three" de Detroit - GM, Ford e Fiat Chrysler - nos EUA, assinala o The Wall Street Journal.

"As tarifas significarão preços mais altos nos carros nos EUA e isso vai penalizar as vendas", referiu Seiichi Miura, analista no Mitsubishi UFJ Morgan Stanley, citado pela agência de informação financeira.

Uma tarifa de 25% significaria cerca de 86,6 mil milhões de dólares (77,8 mil milhões de euros) anualmente, o que "poderá ferir a indústria e causar uma grande incerteza", refere Emmanuel Rosner, analista do Deutsche Bank, num relatório citado pela Bloomberg.

O impacto da ameaça do presidente dos EUA fez-se sentir nos mercados por todo o mundo. No Japão, as ações da Toyota recuaram 2,85% e as da Mazda, que depende bastante da produção no México afundaram mais de 7%, para mínimos desde 2013. A perda de capitalização bolsista esta sexta-feira das japonesas Toyota, Honda, Mazda e Nissan totalizou 9,2 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros).

A sul-coreana Kia, cujas ações desvalorizaram 4,5%, exporta entre 80% a 90% dos 300 mil automóveis que produz no México para os EUA.

Já na Alemanha, as perdas da Volkswagen, Daimler Mercedes-Benz e BMW ascendiam a 5,3 mil milhões de euros.

BMW inaugura fábrica de 900 milhões de euros no México na próxima semana

A BMW inaugura na próxima semana uma nova fábrica em San Luis Potosi, no México, que representou um investimento de cerca de 900 milhões de euros. A nova unidade irá produzir o modelo Série 3 destinado ao mercado dos EUA.

A fábrica no México deverá representar um quinto da produção da BMW para a América do Norte. A construtora automóvel alemã atualmente produz a maioria dos seus veículos para o mercado norte-americano na Carolina do Sul mas depende em grande medida da importação de componentes do México. Em 2015, a empresa comprou peças a fornecedores mexicanos no valor de mais de 2,2 mil milhões de euros.

A BMW deverá aumentar a produção no México a um ritmo mais lento do que planeava originalmente, indica Juergen Pieper, analista da Bankhaus Metzler, refere a Bloomberg. Já Arndt Ellinghorst, da Evercore ISI, defende que as tarifas podem ser "um duro golpe" para a BMW e para outros fabricantes automóveis.

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