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Apple alerta que tarifas dos EUA vão beneficiar os seus concorrentes globais
A tecnológica instou o representante comercial dos EUA a não avançar com a ronda de tarifas aos produtos importados da China. E avisa que a medida vai reduzir o seu contributo para a economia norte-americana.
A Apple deixou vários avisos sobre o perigo da nova ronda de tarifas imposta por Donald Trump aos produtos importados da China como resposta à guerra comercial com Pequim. Numa carta enviada ao representante comercial norte-americano, Robert Lighthizer, a tecnológica liderada por Tim Cook deixa o aviso que as tarifas, a avançarem, vão reduzir o seu contributo para a economia norte-americana. E vão ter impacto na sua competitividade a nível global.
Na missiva, a Apple começa por elencar a longa lista de produtos que vai ser impactada pela medida, por serem fabricados maioritariamente na China: iPhone, iPad, Mac, AirPod e a AppleTV. Além destes produtos, a empresa destaca que as tarifas vão ter impacto em acessórios como monitores e teclados.
Depois de alertar para o vasto portfólio que pode ser afetado pelas tarifas, aproveita para relembrar o contributo que anualmente dá aos cofres norte-americanos. "A Apple é uma orgulhosa empresa americana e uma das maiores criadoras de empregos nos Estados Unidos. Somos responsáveis por mais de 2 milhões de empregos em todos os 50 Estados, incluindo funcionários diretos da Apple dos nossos parceiros [indiretos]", apontou.
"Em 2018, após a aprovação da reforma tributária nos EUA, anunciámos nossa intenção de fazer uma contribuição total direta para a economia dos EUA de mais 350 mil milhões de dólares em cinco anos, e temos o prazer de informar que estamos no caminho certo para alcançar esse objetivo. Estamos a lançar vários sites e a criar novos empregos", sublinhou.
A Apple aponta ainda que "é o maior contribuinte corporativo dos EUA para o Tesouro dos EUA e paga milhões a mais a cada ano em impostos sobre propriedade, vendas e funcionários".
Por fim, refere que os produtos da Apple são usados por "famílias, estudantes, empresas e governos americanos", bem como por "agências, escolas e hospitais para comunicar, ensinar e melhorar os resultados de saúde".
Por todas estas razões, a Apple deixa o pedido a Robert Lighthizer, em modo de conclusão: "Não continue com essas tarifas". Até porque, segundo a tecnológica, as tarifas dos EUA "também pesariam sobre a competitividade global da Apple".
"Os produtores chineses com os quais concorremos no mercado global, não têm uma presença significativa nos Estados Unidos e, por isso, não seriam afetados pelas tarifas. Nem os outros nossos grandes concorrentes fora dos Estados Unidos. Uma tarifa norte-americana, portanto, inclinaria o campo de atuação a favor dos nossos concorrentes globais", alertou a empresa liderada por Tim Cook.