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A Internet está a tirar o brilho aos salões automóveis

Em vez de investirem milhões de dólares para levar consumidores a centros de exibição lotados, as fabricantes estão a abordr os clientes onde eles gostam de passar o tempo - no Instagram, nos blogs e na praia.

17 de Setembro de 2016 às 16:00
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A Ford e a Rolls-Royce estão entre as empresas que não vão participar no Salão Automóvel de Paris, evento outrora imperdível e que agora sucumbe às mudanças que afectam a indústria automóvel. Em vez de investirem milhões de dólares para levar consumidores a centros de exibição lotados, as fabricantes estão a abordr os clientes onde eles gostam de passar o tempo - no Instagram, nos blogs e na praia.

 

"Havia uma sensação de que era preciso estar em todos os salões automóveis", diz Andy Palmer, CEO da Aston Martin, outra empresa que vai ignorar o evento marcado para Paris do fim do mês. "Mas às vezes há melhores formas de fazer isso do que simplesmente gastar dinheiro em todos os salões".

 

A Volvo Cars também não estará em Paris porque está a abandonar os salões de todo o mundo para se promover de forma mais directa aos consumidores. A maior parte dos principais executivos da BMW marcará presença numa reunião do conselho de administração a discutir a estratégia para os carros eléctricos, em vez de promover os modelos que estão agora disponíveis. A Volkswagen conterá os gastos no salão, dispensando o seu opulento evento de gala Group Night e o stand para a sua unidade de carros de luxo Lamborghini.

 

A participação numa exibição de carros pode custar milhões de dólares porque as marcas tentam superar-se umas às outras. A Audi investiu mais de 10 milhões de euros para montar um pavilhão temporário, com pista indoor, no salão de 2011 em Frankfurt, que rivaliza com Paris como o evento anual mais celebrado do sector na Europa. Celebridades como Justin Timberlake muitas vezes são contratadas para aparecer em salões automóveis e as marcas normalmente oferecem uma série de brindes aos visitantes.

 

Praia de Porto Cervo

 

A Ford informou que está a "adoptar uma nova abordagem de marketing em França", convidando os consumidores a realizarem test drives de um dia pelo país neste verão em vez de exibir os seus veículos no Salão de Paris.

 

A terceira maior marca automóvel da Europa está a aumentar em 50% os investimentos nesse "marketing de experiência" neste ano e também está a  investir mais tempo em eventos focados em tecnologia, como a conferência de inovação digital Le Web, em Paris.

 

Neste verão, a Rolls-Royce ofereceu aos fãs cocktails, test drives e eventos de moda na praia da elegante baía de Porto Cervo, na Sardenha, Itália. Alguns eventos foram feitos à medida para blogueiros e utilizadores de redes sociais que depois compartilharam fotos, vídeos e opiniões online.

 

Os salões automóveis vão certamente continuar a atraír muitos fãs de carros. O Salão de Detroit de 2016, o maior da América do Norte, recebeu mais de 815.000 pessoas, nível mais elevado desde 2003. Frankfurt registou mis visitantes em 2015 do que no ano anterior e o Salão de Paris de 2014 (na fotogaleria alguns dos lançamentos desse ano) atraiu 1,25 milhão de visitantes, transformando-se no evento mais popular do sector. A edição deste ano atrairá marcas como Mercedes-Benz, Ferrari e Jaguar. Mas a movimentação nos espositores não se traduz necessariamente  em vendas.

 

"Estamos a rever a nossa estratégia" em relação à participação nos salões, disse um porta-voz da Lamborghini por email. "O mundo está a mudar continuamente" e a fabricante de carros de luxo "pretende antecipar-se a essas mudanças".

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