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Só Lisboa e Tejo vão produzir menos vinho em 2019
A produção de vinho vai subir 10% na próxima campanha, para 6,7 milhões de hectolitros, com o IVV a perspetivar também "muito boa qualidade". Dão, Beira e Douro vão ter os crescimentos mais fortes face ao último ano.
Das 12 regiões vitivinícolas portuguesas, apenas as de Lisboa (-10%) e do Tejo (-5%) vão ter quebras de produção na campanha 2019/2020, que deve totalizar um volume de 6,7 milhões de hectolitros, o correspondente a um aumento de 10% em relação à última e de 4% face à média das últimas cinco campanhas.
As previsões são do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que regista um "acréscimo global de produção sustentado pela maioria das regiões", mas mais forte no Dão, na Beira e no Douro. Estas três regiões tradicionais antecipam um crescimento homólogo igual ou superior a 30%.
"Em resultado das condições climatéricas favoráveis, no geral, as vinhas apresentam-se bem desenvolvidas e em bom estado fitossanitário, não havendo registo de pragas ou doenças com impacto significativo. Mantendo-se estas condições até à vindima, perspetiva-se a produção de vinhos de muito boa qualidade", resume o instituto público, liderado desde novembro de 2018 por Bernardo Gouvêa, ex-presidente dos Vinhos de Lisboa.
O Douro, que é a mais antiga região demarcada do mundo e onde são produzidas as uvas para o Porto, continuará a liderar a produção de vinho em Portugal, seguida de perto por Lisboa (anteriormente designada de Estremadura) e pelo Alentejo. O Minho (vinhos verdes) e o Tejo (ex-Ribatejo) completam a lista das cinco maiores em quantidade.
Em 2018, os estrangeiros voltaram a encher o copo com vinho português. As exportações atingiram os 806 milhões de euros, renovando o recorde que tinha sido alcançado em 2017. O principal produto exportado continua a ser o vinho do Porto e os maiores destinos são França e o Reino Unido (na UE), e os EUA, Brasil e Canadá fora do espaço comunitário.
Produção de vinho por região:
Minho: 10% (760 mil hectolitros)
Trás-os-Montes: 20% (51 mil hectolitros)
Douro e Porto: 30% (1.260 mil hectolitros)
Beira Atlântico: 5% (178 mil hectolitros)
Terras do Dão: 35% (178 mil hectolitros)
Terras da Beira: 35% (162 mil hectrolitros)
Terras de Cister: 25% (37 mil hectolitros)
Tejo: -5% (636 mil hectolitros)
Lisboa: -10% (1.170 mil hectolitros)
Península de Setúbal: +10% (472 mil hectolitros)
Alentejo: 10% (1.093 mil hectolitros)
Algarve: 5% (17 mil hectolitros)
Madeira: 10% (35 mil hectolitros)
Açores: 11% (13 mil hectolitros)