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Suecos reforçam produção de ervas aromáticas em Portugal
O grupo Spisa vai mais do que duplicar a produção da Aromáticas Vivas, dirigida pelo “deputado Limiano” Daniel Campelo em Viana do Castelo, e estuda terceira unidade em solo nacional para aumentar a quota em Espanha.
Além da Aromáticas Vivas, a unidade de Viana do Castelo gerida pelo ex-dirigente do CDS, a maior empresa europeia de ervas aromáticas em vaso detém também a Fresh Cut, em Tavira. Depois de iniciar há três anos a operação algarvia, a mais recente e que abastece também o mercado inglês, os nórdicos têm uma terceira unidade "em estudo", para avançar em dois anos.
A localização não está definida, mas o projecto avançará "sempre em complemento" com as unidades já existentes no país, pois há "grandes vantagens [para o grupo] em ter estratégias de Verão e Inverno". "No Algarve é difícil fazer ervas de Verão, não resistem a grandes temperaturas. Mas produz no Inverno com menos custos de energia. Temos de aproveitar a natureza para baixar custos de produção", frisou.
Produzir para expandir
No Alto Minho já está a avançar um investimento de dois milhões de euros para aumentar em cinco hectares a área de produção da Aromáticas Vivas, actualmente limitada a dois hectares na freguesia de Carreço. É ali que a Spisa tem a principal operação do país, com vendas de três milhões de euros e capacidade anual para cinco milhões de plantas em vaso e mais dois milhões de unidades em ervas cortadas. Espanha absorve 40% da produção.
Com estes investimentos, o grupo, que está também na Polónia, Reino Unido e República Checa, prevê "disparar" a produção em Portugal, em particular nas ervas cortadas, admitindo passar a vender por grosso a embaladores na Europa, deficitária no segmento. Porém, avisa, para entrar nesses clientes é preciso investir em "áreas de produção adequadas".
"Diferenciamo-nos por sermos produtores. Não somos nem queremos ser controlados por comerciantes de ervas. Temos de ponderar seriamente criar mais áreas próprias. Só depois podemos pensar em novos mercados", insistiu o homem que tutelou as áreas rurais entre 2011 e 2014. Há um ano e meio passou a liderar esta unidade, que tem como sócios locais uma organização de produtores da Póvoa de Varzim (PAM) e um sírio radicado em Portugal, Ziad Albarazi, que antes de 2009 produzia flores naquele mesmo espaço.
Insectos e ácaros já são negócio
É numa pequena arrecadação, junto às estufas onde crescem os vasos de ervas, que a Aromáticas Vivas produz os insectos e os ácaros que utiliza para prevenir as pragas e as doenças e que lhe permitem ter uma produção livre de pesticidas químicos e a certificação biológica. Apontando-o como "uma grande mais-valia para que o negócio não vá à ruína", Daniel Campelo calcula que a empresa gasta por mês cerca de 11 mil euros com este processo de controlo através de agentes biológicos, tendo a parceria de uma firma dinamarquesa com quem está a desenvolver novos projectos para expandir a produção e oferta destes pesticidas biológicos.