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FAO: Matérias-primas agrícolas atingem mínimos de 6 anos

Pelo quarto ano consecutivo, as matérias-primas agrícolas mundiais registaram uma quebra média de preços, de acordo com os dados da FAO, publicados esta quinta-feira. O indicador dos lacticínios caiu 28,5% face a 2014.

Bloomberg
07 de Janeiro de 2016 às 14:06
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O índice de preços alimentares da agência das Nações Unidas para a alimentação FAO (do inglês Food and Agriculture Organization) atingiu uma média de 164,1 pontos em 2015, divulgou esta quinta-feira, 7 de Janeiro, a instituição. O desempenho do indicador que acompanha os preços dos mercados internacionais em cinco grupos de matérias-primas alimentares (cereais mais transaccionados, óleos vegetais, lacticínios, carne e açúcar) no ano passado representou uma queda de 19,1% face a 2014.

O indicador terminou o mês de Dezembro nos 154,1 pontos, uma queda de 1% face a Novembro anterior, e o valor mais baixo do índice alimentar da FAO verificado nos últimos seis anos.

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas para a alimentação, a evolução de 2015 representa igualmente a quarta queda anual consecutiva do indicador, a maior descida contínua verificada desde 2000, acrescenta a agência Bloomberg.

Em comentário citado no comunicado oficial da FAO, o economista-chefe da instituição da ONU, Abdolreza Abbassian, explicou: "as razões principais para o enfraquecimento generalizado dos preços alimentares em 2015" passam por uma "procura mundial tímida", confrontada com "ofertas abundantes" (nos vários produtos em causa), e acompanhadas de uma "valorização do dólar".

Lacticínios recuam 28,5%

Segmentado, o indicador de cereais da FAO caiu 1,3% em Dezembro - e o índice anual, incluindo arroz, caiu globalmente em 2015 face a 2014 – condicionado pela intensificação concorrencial nas exportações no caso dos produtores de milho; e de uma expectativa de aumento da oferta de trigo pela remoção de taxas à exportação na Argentina.

O índice de preços dos lacticínios recuou 1% em Dezembro passado, contribuindo para que o desempenho anual tenha recuado para um patamar 28,5% abaixo do registado em 2014. Na União Europeia, recorde-se, as quotas leiteiras – que restringiam a produção por Estado-membro – foram abolidas a partir de 1 de Abril de 2015. A queda de mais de um quarto do indicador, foi o "mais elevado" de todas as matérias-primas monitorizadas pela FAO no ano em análise, acrescenta a instituição.

O índice que mede os preços da carne nos mercados mundiais caiu 2,2% no último mês do ano, devido ao aumento da oferta de carne de porco na Europa – com reflexos já visíveis em Portugal – e pela "redução da procura nos EUA de carne importada", para a qual a leitura do último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) poderá ter contribuído. No ano de 2015, o indicador relativo aos preços da carne caíram 15,1% mundialmente.

Nos óleos vegetais o índice registou uma subida de 2,1% em Dezembro, "impulsionado por incertezas quanto à colheita de soja nos EUA", mas tal não foi suficiente para travar a tendência de queda: registou-se uma descida de 19% dos preços mundiais ao nível anual.

O comportamento do indicador que mede o comportamento do açúcar enquanto matéria-prima alimentar foi semelhante: uma subida de 0,6% durante o mês de Dezembro não foi capaz de contradizer o comportamento anual, que se saldou numa descida de 21% dos preços face a 2014.

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