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Défice da balança comercial alimentar aumenta para 3,7 mil milhões

As exportações portuguesas de produtos agrícolas e alimentares até aumentaram 11% em 2013, segundo o INE, mas tal não foi suficiente para desagravar o peso das importações, que também aumentaram. Na floresta, a balança comercial foi, de novo, excedentária.

Produtores de vinho andam a 'regar' o negócio com azeite
22 de Julho de 2014 às 16:56
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Em 2013, avançou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), nas contas económicas da Agricultura (elaborada com dados disponíveis até 31 de Janeiro de 2014), Portugal agravou a sua dependência alimentar do resto do mundo.

 

O saldo da balança comercial de produtos agrícolas e agroalimentares no ano passado "foi deficitário em 3,7 mil milhões de euros", com um aumento de 39 milhões de euros, que o INE qualifica de "nível ligeiramente superior ao registado em 2012".

 

As exportações até aumentaram no período em análise, em 11% ou 343 milhões de euros, para 3,5 mil milhões de euros. Mas o patamar das importações, que terminou 2013 ao nível dos 7,2 mil milhões de euros, é fruto de um aumento, de 5,6% ou 382 milhões de euros, das compras ao exterior, no período em análise.

 

O INE explica que o acréscimo das importações foi essencialmente devido aos produtos: "carne, miudezas comestíveis" (mais 105 milhões de euros ou 13,3%); de "frutas, cascas de citrinos e melões", com uma subida de 17,9% ou 80 milhões de euros; e de "produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos comestíveis", cujas compras ao exterior aumentaram 24,9%, ou em 69 milhões de euros.

 

Espanha "continuou a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas e agroalimentares a Portugal", confirma o instituto: representou "46,9% do total das importações em 2013", reforçando a sua posição em 1,4 pontos percentuais face a 2012. Espanha foi também o principal destino das exportações nacionais, com uma importância de 38,1%, seguida de Angola, com 12,1%.

 

Azeite impulsiona exportações

 

No sentido inverso, Portugal conseguiu vender mais "gorduras e óleos animais ou vegetais", como por exemplo azeite. Não só esta categoria de produtos foi a que maior crescimento registou face a 2012, com mais 22,4% ou 99 milhões de euros, como apresentou o "maior valor de exportação em 2013" – 539 milhões de euros correspondendo a "uma importância relativa [no total das exportações da agricultura e agroalimentares] de 15,6%".

 

A este propósito, note-se que no capítulo dedicado à produção nacional, o INE confirma que no olival português "a produção de azeite atingiu o nível mais elevado dos últimos 50 anos", alcançando os 999,9 mil hectolitros.  

 

Floresta excedentária

 

Quem se concentra só na floresta não consegue ver a árvore, no caso do sector da agricultura e do segmento florestal. É que enquanto a balança comercial da primeira se manteve deficitária, a das florestas repetiu o excedente, aumentando-o mesmo em 2013.

 

Com uma melhoria de 140 milhões de euros em 2013, o saldo da balança comercial dos produtos florestais foi excedentário em 2,5 milhões de euros em, 2013, com a área do "papel e cartão" a exceder o peso, pela primeira vez, da cortiça na conta final.

 

O saldo da categoria "papel e cartão" registou um acréscimo das vendas externas de 69,2 milhões de euros, passando o seu saldo a ser excedentário em 742,6 milhões de euros. Já a cortiça, "tradicionalmente considerado como líder neste indicador", registou um saldo de 700,4 milhões de euros.

 

Nas "pasta de madeiras" o saldo, positivo, foi de 469,6 milhões de euros. E na madeira, embora se tenha verificado um decréscimo de 9,1 milhões de euros, foi atingido "um excedente global de 125,4 milhões de euros".

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