Notícia
Portugueses consumiram menos carne, cereais, leite e vinho em 2013
As contas económicas da agricultura relativas a 2013 dão conta de um “decréscimo generalizado” do consumo de proteína animal. Preços subiram, com excepção dos cereais, cujas colheitas foram superiores à campanha anterior.
O consumo de proteína animal diminuiu no ano de 2013, avança esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), nas contas económicas da agricultura, elaborada com dados disponíveis até 31 de Janeiro de 2014.
Assim, de acordo com a mesma fonte "cada residente no território nacional consumiu em média, 105 quilos de carne, 130 kg de cereais de Inverno, 16 kg de arroz, 80 litros de leite, 45 kg de produtos lácteos". Em vinho, o consumo foi de 40 litros per capita, adianta ainda o INE.
As contas agrícolas revelam, por comparação com 2012, um "decréscimo generalizado" no consumo com origem na agricultura e na agropecuária. Assim, o consumo em território nacional tinha sido de 106 kg de carne, de 131 kg de cereais, de 83 litros de leite e 47 litros de vinho um ano antes.
Na carne, a única excepção foi para as aves, produtos de preço mais baixo que os bovinos e suínos junto do consumidor final. "O consumo de carne de animais de capoeira foi a único a apresentar um acréscimo (mais 2,4%) no ano de 2013, reforçando, assim, a tendência de aumento da procura deste tipo de carne nos últimos anos", adianta o INE.
Já no leite e seus derivados, o consumo tem vindo "a decrescer desde 2008, não ultrapassando em 2013 as 1.307 mil toneladas", recuando 10,3% nesse período, revela o mesmo instituto.
Índice de preços sobe 5,7% no produtor
As contas agrícolas revelam que o índice de preços de produção de bens agrícolas aumentou 5,7%, depois de uma subida de 3,2% em 2012. A impulsionar o índice geral tiveram, explica o INE, a batata, que registou um aumento de 88,8%, o azeite, que progrediu 25,5%, as hortícolas frescas, que melhoraram 14,8%, o "leite em natureza", com um aumento de 8,6%, e os suínos, cujo preço ao produtor cresceu 8,5%.
No sentido decrescente, o crescimento do índice geral de preços ao produtor foi travado pelo valor das plantas forrageiras (cujo preço registado sofreu uma desvalorização de 46,8%) e dos cereais (que regrediram 17,8%), "em consequência dos melhores resultados obtidos na colheita de 2013 face à anterior".
Também o índice de preços dos bens e serviços de consumo corrente na agricultura melhorou 1,9% em 2013, face ao ano imediatamente anterior, em que tinha crescido 4,2%. Tal foi devido, explica o INE, "sobretudo, ao aumento de 6,8% no índice de preços dos alimentos para animais".
A penalizar a actividade agrícola este o aumento, também, do índice de preços dos bens de investimento no sector, aumentando 2% face a 2012 (ano em que já tinha crescido 2,1%) – resultado de "uma aumento generalizado dos índices de preços da maquinaria, edifícios não residenciais das explorações agrícolas e equipamento de transporte".