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Portugueses pretendem consumir mais e poupar menos nos próximos tempos

O estudo do Observador Cetelem revela que 17% dos inquiridos tenciona aumentar as suas despesas nos próximos tempos. Depois de registar em 2013 o valor mais alto desde 1999, a taxa de poupança dos portugueses está em níveis de 2012.

Reuters
05 de Agosto de 2014 às 16:52
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Os portugueses estão a planear aumentar o seu consumo nos próximos meses, ao mesmo tempo que pretendem poupar menos dinheiro.

 

Esta é a principal conclusão do mais recente estudo do Observador Cetelem, que analisou as intenções de consumo dos portugueses para os próximos meses. O inquérito realizado em parceria com a Nielsen abrangeu 600 indíviduos entre os 18 e os 65 anos.

 

O estudo revela que 17% dos inquiridos tencionam aumentar as suas despesas nos próximos tempos. Este valor revela uma tendência iniciada em 2011: cada vez mais portugueses estão dispostos a abrir os cordões à bolsa. Em 2011, 5% dos portugueses disseram pretender aumentar os seus gastos num futuro próximo. Este valor aumentou para os 9% em 2012 e para os 13% em 2013, culminado nos 17% deste ano.

 

Os consumidores entre os 55 e os 65 anos são os que menos pretendem aumentar as despesas nos próximos tempos, 85%.

 

Mas se a intenção de consumo está a aumentar, por outro lado, os portugueses pretendem poupar menos.

 

Ao contrário das despesas, as poupanças registam uma tendência negativa. Em 2012, 9% dos portugueses admitiam aumentar as suas poupanças. Este valor caiu para os 7% em 2013 e alcançou os 5% este ano.

 

É nas faixas etárias dos 25 aos 34 anos e dos 45 aos 54 anos que se encontram os portugueses que mais revelaram intenção de poupar, 22% e 18%, respectivamente.

 

O saldo entre poupanças e despesas volta assim a pender este ano para o lado das despesas, num total de -13%, depois de no ano passado ter alcançado os -6%.

 

Em 2010, este saldo era positivo com a maioria dos inquiridos a revelarem que pretendiam retrair o seu consumo. Desde então este saldo caiu para valores negativos.

 

A crise económica e financeira em Portugal levou a que os portugueses - com menor rendimento disponível e com a austeridade - reduzissem os seus gastos para poupar mais dinheiro no final do mês.

 

A taxa de poupança em Portugal atingiu em 2008 o seu valor mais baixo desde 1999: 5,7%, segundo dados do Banco de Portugal. Mas com a crise a explodir a partir desse ano, a taxa voltou a aumentar. Os portugueses voltaram a poupar mais dinheiro e a retrair o consumo.

 

A taxa de poupança dos particulares atingiu o seu máximo histórico no segundo trimestre de 2013: 13,5%. Mas com o aumento da confiança dos portugueses - em Julho registou o valor mais elevado desde 2007, segundo o INE - a poupança voltou a tombar.

 

A taxa tem vindo a descer gradualmente até atingir os 11,9% registados no primeiro trimestre deste ano, o valor mais baixo desde o final de 2012.

 

Esta redução da poupança e o aumento do consumo pode ser explicada pela crise económica e financeira na Europa. Muitos consumidores viram durante este período os "seus rendimentos a decrescerem substancialmente, o que os obrigou também a uma ginástica orçamental acrescida", afirma em comunicado Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem em Portugal. 

 

Mas apesar da "crescente consciencialização da importância da poupança, tem faltado a muitos consumidores os meios necessários para aumentarem as suas economias", sublinha.

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