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Agricultores pedem a Marcelo que atue para "devolver normalidade política e institucional" ao setor
CAP apelou à intervenção do Presidente da República, no quadro dos seus poderes, por entender que as instituições estão "a funcionar em claro prejuízo e detrimento do desenvolvimento da agricultura nacional".
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) espera que o Presidente da República "possa atuar no sentido de devolver ao setor a sua normalidade política e institucional", para que este se possa desenvolver e "potenciar a sua missão de produzir alimentos".
A expetativa foi transmitida pela CAP depois de ter sido recebida, esta quarta-feira, em audiência por Marcelo Rebelo de Sousa, a qual foi solicitada "atendendo ao irregular funcionamento institucional do Ministério da Agricultura, que se encontra em acelerado processo de desmantelamento e desagregação".
Surge também considerando que o Presidente da República é o representante máximo da democracia portuguesa e "o garante do regular funcionamento das instituições democráticas" que, na perspetiva da organização, "no governo da agricultura, não estão a funcionar adequada e regularmente". "Estão, aliás, a funcionar em claro prejuízo e detrimento do desenvolvimento da agricultura nacional", critica.
Em comunicado, o organismo presidido por Eduardo Oliveira e Sousa explica que foi feita uma exposição detalhada do "descontentamento, indignação e preocupação de todo o setor" patente nas cinco manifestações organizadas no último mês e meio.
"As dificuldades adensam-se a cada dia que passa. A ausência de ajudas e de apoios está a estrangular os produtores, que se debatem com aumentos de custos brutais, aumentos esses que não são refletidos integralmente nos preços de venda, o que muitas vezes resulta em prejuízo e quebras de produção", aponta a CAP.
Além da "mudança de tutela das Direções Regionais de Agricultura – elo central de ligação do Ministério aos agricultores no território – com a sua passagem para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional" descrita como "golpe final" num ministério "que hoje se transformou numa sombra do que foi no passado, manifestamente incapaz de cumprir a sua missão política e institucional de tutelar o setor", a CAP sinaliza a "+eda de competitividade diária".
E com a inflação na ordem do dia diz mesmo que "o Governo escolhe ignorar que é o grande responsável pelo enorme aumento de preços dos produtos alimentares junto dos consumidores".
"A inflação e o agravamento dos custos de produção explicam grande parte dos aumentos, mas a inação e a incompreensão governamentais da importância de apoiar a produção, são as principais responsáveis pela situação descontrolada de preços", lamenta.