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Subida dos preços do leite bebe do "aumento brutal" dos custos de produção

Fenalac defende que cabe ao Governo criar condições que permitam atenuar os elevados preços dos alimentos, que apenas refletem o "brutal aumento de custos de produção". Só os fertilizantes quadruplicaram de valor no intervalo de um ano.

Bloomberg
06 de Março de 2023 às 15:14
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A subida do preço dos produtos lácteos reflete "o aumento brutal dos custos" na fileira, desde a produção até à indústria e à distribuição, garante a Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenalac), defendendo que cabe ao Governo "criar condições que permitam atenuar os elevados preços dos alimentos".

Entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, o preço médio do leite ao produtor no continente aumentou para 0,58 euros/litro, representando uma variação de 60% (0,21euros/litro). Uma variação que, de acordo com a Fenalac, "resulta do aumento brutal dos fatores de produção, os quais, desde o início de 2021, têm crescido exponencialmente, nomeadamente a energia (60%), os alimentos para animais (58%) e os fertilizantes (200%), rubricas que representam cerca de 90% dos custos operacionais da atividade".

Além disso, apesar de o crescimento dos custos dos fatores de produção ter começado no princípio de 2021, foi só a partir de abril que se iniciou a recuperação do preço do leite ao produtor. Segundo a organização que cita  dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de preço ao consumidor onde o leite está incluído estava em março de 2022 ao mesmo nível do ano de 2012 (10 anos de congelamento), tendo desde essa altura aumentado 31%.

Ora, pegando nesses dados, a Fenalac aproveita para, por um lado, saudar as recentes ações da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e, por outro, para lamentar que "nada tenha sido feito nos anteriores 10 anos de evidentes preços reduzidos dos produtos lácteos, denunciado o provável incumprimento da lei que proíbe vendas abaixo do preço de aquisição".  "Nesse período nada foi feito para defender o sector produtivo", reforça, num comunicado enviado às redações.

"Acreditamos que há ainda um caminho que deve ser percorrido de forma a mitigar os efeitos dos brutais aumentos dos custos de produção", ao nível dos custos fixos associados à energia (gasóleo e eletricidade) e da isenção de IVA aplicável aos alimentos essenciais tal como sugere a Ordem dos Nutricionistas, sustenta a Fenalac, deixando claro, porém, que recusa que sejam os agricultores a suportar os efeitos diretos e indiretos da guerra e da inflação.

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