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TSU: "Posição do PSD não é murro na mesa mas será colossal tiro no pé"
Vieira da Silva acusou o PSD de "pirueta" na TSU e de ter dado sinais "errados" ao Governo quando defendeu que a redução da carga contributiva também se aplicasse às IPSS.
O ministro do Trabalho acusou esta quarta-feira, 25 de Janeiro, o PSD de mudar de posição quanto à descida da Taxa Social Única (TSU) por ir votar hoje pela eliminação desta medida. Vieira da Silva considera que esta opção tem a ver com a necessidade do PSD impor a sua liderança, mas acredita que esta decisão vai sair cara ao partido de Passos Coelho.
As declarações de Vieira da Silva foram feitas no Parlamento, durante o debate sobre a revogação da descida da TSU, marcado por iniciativa do Bloco de Esquerda e do PCP.
Trata-se de um "golpe político", de "táctica parlamentar", que vai penalizar as empresas, disse o governante referindo-se ao facto de o PSD ir votar ao lado do Bloco, PCP e Verdes para derrubar o decreto-lei do Governo.
"Há quem se deleite com o triunfo da táctica sobre a substância", acusou, dizendo perceber a decisão de Passos Coelho com a "necessidade do momento de uma liderança partidária sobre o que interessa verdadeiramente aos trabalhadores e as empresas". "Percebe-se para quem está atolado num lamaçal de contradições", atirou.
Vieira da Silva disse ainda que o PSD de hoje "não tem a mesma posição que o PSD de ontem". "Há já quem tenha identificado estas piruetas como um murro na mesa no marasmo da oposição", acusou Vieira da Silva, acrescentando que com esta posição o PSD está a atacar a concertação social e as empresas. "Não é um murro na mesa mas será um colossal tiro no pé", concluiu.
Antes Vieira da Silva voltou a defender que a redução da TSU beneficia mais as micro e pequenas empresas e avançou que, em 2016, o número de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), Misericórdias, e associações mutualistas que beneficiaram desta medida foi de 2.827.
Vieira da Silva acusou ainda o PSD de dar sinais "errados" ao Governo, quando decorria o debate na concertação social sobre o aumento do SMN e a redução da TSU, ao ter vindo exigir que fossem abrangidas as IPSS com este alívio da carga contributiva.
Com o chumbo da TSU certo, o Governo procura uma alternativa para compensar as empresas pela subida do SMN a 1 de Janeiro, de 530 para 557 euros.