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Bloco e PCP defendem alternativas à TSU e culpam PSD
No debate em que a redução da TSU para os patrões vai morrer, os parceiros do Governo fizeram tiro ao alvo ao PSD e rejeitaram a ideia de que a concertação social se possa sobrepor ao poder político.
O Bloco de Esquerda e o PCP defenderam esta quarta-feira a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) e dos custos energéticos como forma de ultrapassar o chumbo da Taxa Social Única (TSU) no Parlamento. No debate que vai servir para pôr fim a esta medida, os parceiros do Governo atacaram o PSD e recusaram que a concertação social possa sobrepor-se ao poder político.
O debate sobre o fim da redução da TSU começou pelas 15 horas no Parlamento e resultou de iniciativas do Bloco de Esquerda e do PCP, que rejeitam essa medida. No entanto, nas intervenções iniciais, ambos os parceiros do Executivo deixaram a porta aberta a outras medidas para as empresas que, na opinião do Bloco e do PCP, não configuram compensações pelo aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), já em vigor desde 1 de Janeiro.
Também antes, José Soeiro tinha abordado as alternativas ao fim da redução da TSU. "Do que não precisam é de uma fatura energética excessiva, do abusivo pagamento especial por conta ou de uma política de crédito que lhes cobra juros acima do que podem pagar", afirmou o deputado bloquista.
Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP guardaram parte da sua intervenção para falar sobre o salário mínimo nacional - que aumentou em Janeiro de 530 para 55 euros - e acusaram o PSD de fazer mudar de posição. "A única novidade foi mesmo a pirueta do PSD", disse José Soeiro. Também o PCP virou os holofotes para cima dos sociais-democratas. A comunista Rita Rato acusou o PSD de "oportunismo", ao ir votar ao lado da esquerda para travar a descida da TSU, o que "não apaga a verdadeira motivação do PSD contra o SMN".
Na sua intervenção, o deputado bloquista rejeitou que este debate seja sobre a maioria de esquerda. "Este não é pois, um debate sobre o Bloco de Esquerda, sobre o PCP, sobre os Verdes, sobre as posições conjuntas que assinaram com o Partido Socialista", disse José Soeiro, antecipando assim que o PSD e CDS fossem explorar logo de seguida eventuais divergências entre os parceiros que sustentam o Governo.
Rita Rato e José Soeiro foram também críticos da sobreposição da concertação social. A deputada comunista considerou que a decisão do Governo com patrões e UGT "limita a AR" e dá "direito de veto" às confederações patronais. E o deputado bloquista lembrou que o facto de o acordo deixar de fora alguns parceiros sociais "fragiliza enormemente a sua legitimidade".
(Notícia actualizada com mais declarações)