Notícia
STE acusa Paulo Portas de mentir sobre a TSU
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) considerou hoje que o vice-primeiro-ministro "mentiu", ao afirmar na quinta-feira que a contribuição especial sobre as pensões, que ficou conhecida como a TSU, não avançará no próximo ano.
"O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse que acabava com a TSU dos pensionistas e o que nós dizemos é que o senhor Ministro mente. A TSU não acaba, porque se mantém e contínua em cima da mesa a TSU para os pensionistas da Administração Pública", declarou à agência Lusa a vice-presidente do STE, Helena Rodrigues.
A sindicalista falava à Lusa a propósito da conferência de imprensa de quinta-feira passada do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sobre as 8.º e 9.ª avaliação da 'troika'.
"A chamada TSU das pensões não avançará", garantiu Paulo Portas, dizendo logo de seguida que isso não quer dizer que a convergência entre os regimes de pensões da Caixa Geral de Aposentações e o regime geral de pensões tenha caído também.
À excepção da TSU dos pensionistas, vão manter-se as restantes medidas anunciadas em maio pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que na altura anunciou que pretendia cortar quase 4,8 mil milhões de euros na despesa pública até 2014. Para o próximo ano, mantém-se igualmente a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS.
Em declarações hoje à Lusa, a vice-presidente do STE, Helena Rodrigues, considerou que "fica tudo na mesma" e que os trabalhadores da Administração Pública "vão continuar a pagar uma factura".
"Vão continuar os cortes nas remunerações da Administração Pública. Já percebemos e há muito que sabemos que o Governo, para resolver os problemas do défice, tem como preferência (...) os cidadãos em geral, ou seja, os trabalhadores por conta de outrem, na sua generalidade, mas também os da administração pública, que vão continuar a pagara a factura", vincou.
Helena Rodrigues considerou que o Governo vem mais uma vez "asfixiar os trabalhadores" em sede de IRS e sublinhou que o que foi dito na conferência de imprensa são "apenas anúncios".
"O anúncio de cortar as rendas excessivas nas eléctricas, de rever parceiras público privadas, anúncios de acabar com contratos ruinosos de 'swap', o anúncio de não se voltarem a repetir os BPN's, mas continuamos sem saber quais são os montantes que vamos continuar a investir naquele fundo. Isto tudo são anúncios, porque fatos concretos, nós ainda não vimos nada", concluiu.
Entre as medidas acordadas nas 8.ª e 9.ª avaliações da 'troika' e que estarão contempladas no próximo Orçamento do Estado, Paulo Portas destacou uma contenção suplementar das despesas dos Ministérios equivalente a 0,3% da despesa primária, a redução das rendas aos produtores de energia ou a concessão dos portos e do jogo 'online'.
Portugal deverá receber em Novembro uma nova tranche de 5,6 mil milhões de euros na sequência da nota positiva hoje dada pela 'troika' no final da oitava e nona avaliações regulares ao programa de assistência.
Na conferência de imprensa, os ministros remeteram o detalhe das medidas que permitirão baixar o défice de 5,5 para 4% para a apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano, o que deverá acontecer a 15 de Outubro.