Notícia
Mais de 80 mil pessoas entraram no sistema da Segurança Social em 2020
Agricultura e construção foram os principais alvos das ações no terreno que levaram a milhares de novas entradas no sistema de Segurança Social. “Lay-off” abrangeu 107 mil empresas e apoios aos pais custaram 900 milhões.
A Segurança Social avançou com ações no terreno com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para "garantir que os trabalhadores estavam todos cobertos e incluídos no sistema de proteção social", em particular nos setores da agricultura e da construção civil.
Segundo a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, "um dos riscos é a informalidade de muitas situações laborais que levam a que as pessoas estejam desprotegidas", contabilizando que o número de Segurança Social na Hora, criado em janeiro, já abrangeu 80.700 pessoas que "estavam fora do sistema de Segurança Social".
Em entrevista ao Público e à Renascença, a governante apontou que o regime de "lay-off" simplificado abrangeu 107 mil empresas e 860 mil trabalhadores, sendo que nas prorrogações houve uma diminuição de 20% no número de beneficiários. Em termos setoriais, os que mais recorreram a este instrumento foram a restauração e alojamento (23%), o comércio (22%) e as indústrias transformadoras (10,2%).
Por outro lado, as medidas extraordinárias para apoio aos pais nesta fase de pandemia já custaram 900 milhões de euros. Ana Mendes Godinho está a trabalhar agora num cenário de retoma das atividades letivas presenciais, que não exige novos apoios, confiando que seguirá a reabertura "muito positiva" das creches até ao momento.
Como o Negócios noticia esta quinta-feira, 2 de julho, o saldo da Segurança Social sofreu um rombo de 1.100 milhões de euros face ao ano passado, em grande medida em virtude da pandemia de covid-19. Esta é a conclusão a que se chega quando se compara a evolução das contas registada até maio deste ano com o mesmo período de 2019.
Segundo os dados mais recentes da Direção-Geral de Orçamento, o excedente da Segurança Social foi de 634,9 milhões de euros até maio, menos 1.189,50 milhões de euros (-65%), do que no mesmo período do ano anterior. Isto significa que a covid-19 está a reduzir o seu excedente de forma acentuada, justificando assim a necessidade de reforço de verbas para a Segurança Social, para que não volte a estar deficitária.