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Maioria dos votantes em Passos aplaude redução da TSU

Partidos e eleitores estão de costas voltadas. Maioria dos votantes do PSD e CDS aplaude a medida, enquanto os eleitores do Bloco, que é contra, aprovam a redução de custos para as empresas.

16 de Janeiro de 2017 às 08:00
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O resultado não poderia ser mais inoportuno para Pedro Passos Coelho. Num gesto surpreendente, o líder do PSD anunciou, na quinta-feira, que o partido iria votar contra o diploma que estabelece a redução da Taxa Social Única para os trabalhadores que recebem salário mínimo. O anúncio tornou-se no grande tema político da actualidade, gerando reacções em catadupa e um aceso debate entre os principais protagonistas políticos.

E os eleitores, o que pensam desta polémica? Uma sondagem da Aximage, cujo trabalho de campo decorreu entre 6 e 9 (ou seja antes do anúncio do PSD), dá a resposta. E é uma resposta surpreendente porque mostra que partidos e eleitores andam de costas voltadas nesta matéria. A maioria (55%) dos inquiridos que votaram na coligação PSD-CDS nas últimas eleições legislativas diz que a diminuição da TSU – da qual tanto o PSD como o CDS discordam – "foi uma boa medida".

Mas não são só os eleitores do PSD que vão contra ao partido. O Bloco opôs-se frontalmente à redução da TSU em 1,25 pontos, anunciando que chamaria o diploma ao Parlamento, tal como o PCP. Ainda na sexta-feira, Catarina Martins afirmou que "Não tem nenhum sentido financiarmos com o dinheiro do Orçamento do Estado e dos contribuintes o aumento do salário mínimo".

Os seus eleitores parecem discordar: 63% dizem que "foi uma boa medida", quase o dobro dos que se opõem a ela (36%). Não há nenhum partido que tenha eleitores tão favoráveis à redução da TSU como o Bloco – o PSD fica-se pelos 55%.

Mesmo no PS, não existe uma sintonia entre o discurso e prática do partido e Governo e o dos seus votantes. Entre os que assumiram ter votado no PS nas eleições legislativas, só 46% defende a redução da TSU. E, quase tantos, 41% dizem que "foi uma má medida", ou seja, uma percentagem superior à dos eleitores do PSD que se opõem à descida.

A avaliar pela sondagem da Aximage, apenas o PCP está a defender aquilo que a esmagadora maioria dos seus eleitores quer ouvir. Com efeito, 65% dizem que a descida da TSU para compensar as empresas que têm funcionários com o salário mínimo é "uma má medida" e só 20% concordam com ela.

No cômputo geral, a maioria dos portugueses defende a descida da TSU. São 51% contra 40% que dizem que a medida é má. 

 

Aumento do salário mínimo é consensual

No que toca ao aumento do salário mínimo – que passa de 530 para 557 euros já este mês – esta é uma decisão que merece um apoio esmagador. As opiniões divergem só entre o aumento "possível" e o "deveria ter sido maior": 40% dos portugueses dizem que a medida é justa e que este é o aumento "possível", enquanto 53% considera que o aumento devia ser superior. Só 2,5% defende uma subida menor.

Ao nível do salário mínimo, partidos e eleitores parecem estar mais alinhados, embora no PSD e CDS a sintonia não seja completa. É que os dois partidos manifestaram reservas sobre a dimensão do aumento e por este não acautelar a evolução da economia, em particular da produtividade. Mas para os votantes, isso pouco importa pois só 6,4% defende que o aumento "deveria ter sido mais pequeno".

O apoio é ainda mais expressivo nos partidos à esquerda. Aí a diferença reside apenas no número dos que defendem um aumento superior ao aprovado: no caso do PS e Bloco, 46% e 57%, respectivamente, dos eleitores dizem que devia ser maior. Esta percentagem que sobe para 82% no PCP. A avaliar pelos resultados desta sondagem, este é o partido onde há maior harmonia entre os seus dirigentes e votantes. 


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