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Bloco sobre TSU: "Essa ideia morreu, paz à sua alma"
Os bloquistas, que com o PCP e o PEV suportam o Governo PS na Assembleia da República, mostram-se "disponíveis" para continuar a negociar com o Executivo e dizem que a direita está "presa" num labirinto.
A líder do Bloco de Esquerda garantiu esta sexta-feira ao Governo que o partido que lidera está "disponível" para negociar com o Executivo liderado pelo Partido Socialista, dois dias depois de ter votado ao lado do PCP, PEV e PSD contra a medida proposta pelo Governo para reduzir o valor da TSU.
"A ideia de que o salário mínimo deve ser compensado morreu. Paz à sua alma!", afirmou Catarina Martins, durante o debate quinzenal no Parlamento, numa referência à ligação que tinha sido estabelecida entre o aumento do salário mínimo e a redução dos encargos patronais no diploma do Governo. Para depois acrescentar que "o Governo encontra à sua esquerda capacidade e disponibilidade de negociar as soluções que o pais precisa. Deixemos a direita presa no seu labirinto".
Uma declaração que surgiu minutos depois de Pedro Passos Coelho, o líder social-democrata, ter instado António Costa a ter a "humildade" de pedir ao PSD para se sentar à mesa com os socialistas quando for necessário negociar medidas, ao contrário do que – disse – aconteceu neste caso, em que os deputados laranja acabaram por votar contra.
A revogação da medida – acordada em Concertação Social e que previa uma descida de 1,25 pontos percentuais da Taxa Social Única, entretanto substituída por uma descida no pagamento especial por conta que vai abranger 122 mil empresas – foi aliás já publicada esta sexta-feira em Diário da República.
A deputada do Bloqco de Esquerda invocou ainda o encerramento esta semana da escola Alexandre Herculano no Porto devido à degradação das instalações - o estabelecimento só reabrirá na próxima segunda-feira - , para lamentar a lentidão no investimento público.
Costa responsabilizou o anterior Governo PSD/CDS por ter, em 2011, cancelado obras ajudicadas em 39 escolas sem ter proposto "nenhum modelo alternativo" e anunciou ter "condições" para arrancar com 200 obras em breve que incluírão, além da escola do Porto, o Conservatório Nacional, o Liceu Camões e a nova escola no Parque das Nações, todas em Lisboa.