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Surto de legionella teve origem na Adubos de Portugal

O surto de legionella, que teve como epicentro o concelho de Vila Franca de Xira, terá surgido numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal Fertilizantes. Os dados serão enviados para o Ministério Público, a quem cabe a responsabilidade de avaliar sobre a eventual ocorrência de crime ambiental.

Correio da Manhã
21 de Novembro de 2014 às 12:51
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O surto da bactéria legionella que provocou até este momento 336 casos de infecção, dos quais dez mortais, terá começado numa das torres de refrigeração da empresa Adubos de Portugal (ADP) Fertilizantes, segundo informação oficial divulgada na manhã desta sexta-feira.

 

De acordo com a "task force" constituída para gerir o processo relativo ao surto de legionella que teve como epicentro o concelho de Vila Franca de Xira, a bactéria detectada numa das torres de refrigeração da ADP é equivalente à estirpe de legionella encontrada nos doentes.

 

"Existe semelhança entre a legionella encontrada numa das torres de refrigeração da empresa Adubos de Portugal" e a bactéria de legionella detectada nos doentes, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) citado pela Lusa.

 

Entretanto o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, confirmou que "estamos perante resultados que resultam de análises de cultura e uma coincidência com a estirpe clínica".

 

O governante anunciou ainda que os dados que confirmam a semelhança da bactéria encontrada na torre de refrigeração da ADP e aquela que provocou a infecção de centenas de doentes será enviada para o Ministério Público, entidade responsável por determinar se na realidade estamos, ou não, perante um caso de crime ambiental.

 

"Só se avança para este tipo de informação para o Ministério Público quando existem dados robustos", realçou o governante. Moreira da Silva adiantou ainda que serão os dados agora conhecidos, em conjunto com a investigação do Ministério Público, que deverão contribuir para perceber sobre a ocorrência de um "eventual crime ambiental em relação a esta empresa".

 

Em comunicado, a DGS acrescentou que "os relatórios até agora produzidos bem como os relatórios da sequenciação do genoma para eventual apuramento de crime ambiental com origem na água de uma das torres de refrigeração da ADP".

 

O ministro referiu-se à ADP, isto apesar de o processo se manter em segredo de justiça, tal como foi adiantado na passada sexta-feira quando os jornalistas tentaram questionar os responsáveis da "task force" sobre qual a origem do surto de legionella.

 

DGS exclui outras "fontes potenciais" de legionella

 

Num comunicado enviado às redacções, a DGS regista que "foi identificada uma fonte emissora de aerossóis contaminados e esclarece que "os trabalhos de investigação realizados permitiram excluir outras fontes potenciais, tais como água de consumo, grandes superfícies comerciais e sistemas de ar-condicionado".

 

Assim, as análises e inspecções realizadas excluem de responsabilidades a Central de Cervejas e a Solvay, duas empresas situadas no concelho de Vila Franca de Xira cujos resultados preliminares tinham sido positivos. A própria Central de Cervejas, em declarações à Lusa, garantiu que os resultados das análises feitas às suas torres de refrigeração "são 100% negativos"

 

Também a Solvay emitiu um comunicado no qual, para além de revelar que a sua fábrica se encontra "a funcionar em plena normalidade", esclarece ter solicitado a realização de uma análise independente às suas torres de refrigeração que confirmou "a ausência absoluta de legionella de qualquer estirpe em todas as amostras colhidas".

 

(Notícia actualizada às 13h19m e às 15h21m com mais informação)

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