Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Francisco George: “Todas as torres de refrigeração que podiam representar riscos foram encerradas”

O risco de infecção por legionella está agora “minimizado”, podendo os habitantes da região de Vila Franca de Xira retomar os seus hábitos normais, garantiu a DGS que assegura que a partir de 20 de Novembro já não deverá surgir nenhum novo caso de infecção. Não foram revelados, contudo, os resultados das inspecções feitas às empresas da região, dado que o assunto está sobre a alçada do Ministério Público e sob segredo de justiça.

Miguel Baltazar
14 de Novembro de 2014 às 20:07
  • 4
  • ...

A partir do próximo dia 20 de Novembro não deverão surgir novos casos de infecção por legionella, adiantou esta sexta-feira a Direcção-Geral de Saúde. Francisco George, director-geral deste organismo, sublinhou também que as pessoas que habitam ou habitualmente se deslocam para o concelho de Vila Franca de Xira poderão "retomar os seus hábitos normais".

 

Francisco George admite que há ainda risco de infecção, apesar de o mesmo "estar minimizado desde o dia 10 de Novembro". "O risco de exposição actual está numa situação normalizada", afiançou Francisco George numa conferência de imprensa realizada esta tarde e que serviu de balanço aos dados até agora conhecidos, na qual participou a task force organizada para lidar com o processo.

 

Numa altura em que estão oficialmente confirmados 316 casos de infecção e um total de sete óbitos devido à Doença dos Legionários, a DGS informa que poderão ainda ser diagnosticados novos casos "devido a exposição anterior ao surto".

 

Após as análises e inspecções feitas aos doentes no concelho de Vila Franca de Xira, verificou-se concordância entre os estudos ambientais e as pesquisas epidemiológicas", continuou Francisco George, que acrescentou que "há dados analíticos que confirmam" a presença de uma tipologia de DNA de legionella equivalente nos doentes já analisados e em pelo menos uma das torres de refrigeração inspeccionadas.

 

"Pelo menos uma estirpe [das análises ambientais] apresenta um perfil molecular que confere alguma semelhança [em termos de DNA] em relação à que foi isolada nos doentes", esclareceu Francisco George.

 

Questionado sobre quais as torres de refrigeração em causa, depois de o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, ter revelado que poderia ter sido um crime ambiental a espoletar o surto de legionella, Francisco George escusou-se a avançar pormenores.

 

"Não detalhamos esses aspectos devido a um inquérito que decorre no âmbito da PGR e que coloca esta questão em segredo de justiça", limitou-se a referir Francisco George que assegurou que "todas as que podiam representar riscos foram encerradas".

 

Moreira da Silva disse, na passada terça-feira, que decorreriam acções inspectivas na Adubos de Portugal, na Central de Cervejas e na Solvay. Sobre a mesma questão colocada ao responsável da DGS, o ministro preferiu referir apenas que "o governo fez a sua parte" e que "não se substitui nem à magistratura nem aos tribunais".

 

Em relação ao tipo de penalizações que poderão pender sobre a ou as empresas que terão incorrido em crime ambiental, Moreira da Silva foi mais claro. "Não estamos a falar sequer de contra-ordenações. Estamos a falar de eventual crime ambiental. Estamos a falar de consequências muito mais relevantes." 

 

Esta sexta-feira foram iniciadas inspecções extraordinárias a empresas da região de Vila franca de Xira. Porém, segundo o inspector geral do ambiente não há razão para preocupação porque estas "inspecções extraordinárias são mais uma diligencia para obtenção de prova". 

 

Houve uma conjugação de factores a potenciar o surto de legionella

 

A justificar este surto está uma conjugação de factores. Francisco George explicou que "se verificou uma conjugação rara de factores ambientais que explicam a magnitude do surto".

 

"Elevada concentração de partículas finas na atmosfera oriundas do deserto do norte de África, mas também condições de perfil vertical de temperatura estável e vento muito fraco de nordeste", concretizou o responsável pela DGS.

 

Ver comentários
Saber mais Legionella Saúde DGS Moreira da Silva Francisco George
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio