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Portugueses faltam a consultas por não terem dinheiro para transporte e taxas moderadoras
A conclusão é do estudo Índice de Saúde sustentável, que aponta os custos com transportes como principal problema. Já o Serviço Nacional de Saúde está mais sustentável e, dizem os investigadores, conseguiu recuperar para a economia o equivalente a metade do seu orçamento.
A falta de dinheiro leva os portugueses a faltar a consultas previamente marcadas em hospitais e centros de saúde públicos. Em 2017, ficaram por realizar cerca de dois milhões de atendimentos porque as pessoas não tinham meios para pagar os custos com transportes. Já os preços das taxas moderadoras motivaram pelo menos faltas a 254 mil consultas.
A conclusão é do estudo Índice de Saúde Sustentável, realizado pela Nova IMS - Universidade Nova de Lisboa e divulgado esta terça-feira, 6 de Março, pelo Diário de Notícias. Segundo o mesmo estudo, o maior impacto para estas faltas é sentido nas consultas externas dos hospitais públicos. Olhando em concreto para o peso das taxas moderadoras no número de faltas a consultas, este regista-se ao nível das idas às urgências.
O estudo avaliou o número de consultas e serviços em geral prestados pelo Serviço Nacional de Saúde e conclui que, contas feitas, em 2017 este gerou cerca de cinco milhões de euros para a economia, o equivalente a quase metade do seu orçamento.
Isso aconteceu não só com os valores cobrados no atendimento, mas também, e sobretudo, com faltas ao trabalho evitadas e aumentos de produtividade. Segundo os investigadores, sem os serviços prestados pelo SNS o absentismo no ano passado teria sido em média de 7,8 dias por trabalhador quando, na verdade, ficou abaixo dos seis dias.