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Pandemia gerou “quebras sem precedentes”: urgências e internamentos em mínimos históricos

A atividade dos hospitais sofreu uma "quebra sem precedentes" no primeiro ano da pandemia. Hospitais públicos sofreram as maiores reduções nos atendimentos de urgência, internamentos e cirurgias. Nas consultas e nos meios complementares e de diagnóstico, pelo contrário, a diminuição foi proporcionalmente mais acentuada nos hospitais privados.

Paulo Duarte/Negócios
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A dimensão da "quebra sem precedentes" na atividade dos hospitais registada no primeiro ano da pandemia é ilustrada pelos dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que conclui por exemplo que as urgências e as cirurgias atingiram os mínimos da série iniciada em 1999.

A informação publicada por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que se celebra amanhã, quinta-feira, mostra que os hospitais públicos sofreram as maiores quebras nos atendimentos de urgência, internamentos e cirurgias. Nas consultas e nos meios complementares e de diagnóstico, pelo contrário, a redução foi proporcionalmente mais acentuada nos hospitais privados.

"A atividade hospitalar foi fortemente afetada pelo contexto pandémico vivido em 2020, visível através das quebras sem precedentes no número de atos assistenciais prestados. O serviço de urgência e o internamento registaram os valores mais baixos da série iniciada em 1999. Houve também diminuições acentuadas no número de cirurgias em bloco operatório, de consultas médicas e de atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica realizados em contexto hospitalar", resume o INE.

Assim, em 2020, houve uma quebra de 29,6% nos atendimentos dos serviços de urgência dos hospitais: menos 2,4 milhões de atendimentos do que em 2019. Se nos hospitais do setor público, a redução foi de 29%, para o valor mínimo da série, nos privados a quebra foi de 31,7%. Os públicos realizam, ainda assim, cinco vezes mais urgências do que os privados disntiguindo-se, também, noutros indicadores.

Os internamentos registaram "os valores mais baixos na série iniciada em 1999". "Pela primeira vez, o número de internamentos não atingiu um milhão" com uma quebra de 14,2%. Também os dias de internamento recuaram 9,3%. Se nos hospitais públicos recuaram 14,3%, nos privados caíram 13,6%.

Já o número de cirurgias em sala operatória recuou para níveis de 2008, com os hospitais a sofrerem quebras de 17,7% (setor público) e 15,4% (setor privado).

Como referido, os hospitais privados registaram, contudo, quebras proporcionalmente mais acentuadas nas consultas a nos atos complementares de diagnóstico e terapêutica.

Globalmente, as consultas em meio hospitalar caíram 12,7%, mas "a quebra nesta atividade foi mais expressiva nos hospitais privados" com uma redução de 18,3% face a 2019. Nos hospitais do setor público foram realizadas menos 1,2 milhões de consultas, o que representa um decréscimo de 9,3%.

Já quanto aos exames necessários para um diagnóstico ou aos atos posteriores aos cuidados – os chamados meios complementares de diagnóstico e terapêutica – a quebra foi de 9,2% no setor público e de 20,6% no privado.

A informação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística pode ser consultada em maior detalhe nos quadros que acompanham o destaque. Chamando a atenção para a relevância da informação, o INE lamenta, contudo, que "não tenha sido possível obter alguns dados, nomeadamente os óbitos por causas de morte em 2020".
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