Notícia
O que está a correr bem e mal na saúde em 10 gráficos
O SNS está a oferecer mais cuidados mas persistem vários problemas. Em 10 gráficos veja o que está a correr bem e mal na saúde.
Após o choque do ajustamento forçado pelo pedido de assistência financeira, o Serviço Nacional de Saúde está mais estabilizado e conta com um número crescente de consultas e intervenções cirúrgicas, bem como mais médicos e enfermeiros. A esperança média de vida após os 65 anos continua a comparar bem internacionalmente.
O pior parece estar para trás na crise da saúde, mas o SNS continua com dificuldades. Os tempos de espera cresceram em 2016, as famílias são chamadas a um esforço financeiro significativo com a Saúde e o reforço de verbas no Orçamento nem chega para aumentar o peso do sector na economia.
Os 10 gráficos que mostram o que está a correr bem e mal na saúde
Mais consultas em cuidados primários
Mais consultas nos hospitais
Mais cirurgias
Na média dos anos de vida pós-65
Mais Médicos e enfermeiros
Famílias gastam muito com saúde
Mais espera nas consultas
Mais espera nas cirurgias
Poucos anos saudáveis pós-65
Peso da despesa corrente não sobe
Oito situações onde o SNS responde bem e mal
Os números ajudam a perceber quanto é que se tem investido em Saúde nos últimos anos e também permitem perceber como é que Portugal compara com outros países nos cuidados de saúde que presta aos seus cidadãos. Estes oito indicadores - positivos do lado esquerdo e negativos do lado direito - retirados do Health at a Glance deste ano da OCDE dão mais pistas sobre o desempenho do SNS.
• Diabetes
Crianças entre as menos afectadas
As crianças portuguesas estavam, em 2015, entre as que eram menos afectadas pela diabetes de tipo I. Na OCDE, 1,2 crianças em cada mil, em média, sofria desta doença. Em Portugal, esse número era de 0,9 em cada mil. Parece ser uma inversão da tendência registada nos adultos: em 2015 9,9% dos adultos tinham diabetes acima da média de 7%.
0,9
Crianças com diabetes
As crianças portuguesas são das que menos sofrem de diabetes.
• Asma e doenças pulmonares
Portugal entre os melhores
Portugal é, a seguir ao Japão e à Itália, o país em que existem menos internamentos devido a asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica. Em 2015, foram hospitalizadas 74 pessoas em cada 100 mil com estas doenças. A média da OCDE (35 países) é muito superior: 237 pessoas em cada 100 mil.
• Complicações cirúrgicas
Tratamentos são mais seguros
Em 2015, Portugal estava entre os países que apresentavam menos complicações relacionadas com cirurgias, pontuando melhor do que a média no que toca a corpos estranhos deixados dentro dos pacientes, na sépsis pós-operatória e especialmente na incidência de embolia pulmonar pós-operatória e trombose após cirurgia à anca ou ao joelho.
46
Tromboses por 100 mil altas
Após operação aos joelhos ou anca. A média da OCDE é de 357 tromboses.
• Obstetrícia
Nascimentos são dos mais seguros
A existência de traumas obstétricos é muito mais raro em Portugal do que na generalidade dos países da OCDE. Numa comparação com 21 países, Portugal é o quinto país em que existem menos complicações nas grávidas quando estas dão à luz em partos vaginais (não são avaliadas as cesarianas).
• Fractura da anca
Portugal demora mais a operar
Em 2015, Portugal estava entre os países da OCDE que mais demoravam a operar doentes com fractura da anca. Enquanto que na Noruega 96% dos pacientes eram alvo de intervenção nos primeiros dois dias, em Portugal só 46,5% dos doentes eram operados nesse período. Em 2005, Portugal operava quase 60% dos doentes nesses dois dias.
46.5%
Doentes com fractura da anca
São os doentes operados à anca em dois ou menos dias em Portugal.
• Demência
Prevalência é das mais altas da OCDE
A prevalência da demência em Portugal é a quarta mais alta entre os países da OCDE, o que espelha o envelhecimento da sociedade portuguesa. A organização estima que, este ano, 19,9 em cada mil portugueses sofra desta doença neurodegenerativa. Em 2037 já serão 31,3, terceira pior marca na OCDE.
• AVC
Mortalidade é das mais elevadas
A mortalidade em Portugal por acidentes vasculares cerebrais até um mês após o internamento é uma das mais elevadas da OCDE. No caso dos AVC isquémicos (85% do total), em que há uma interrupção na chegada de sangue ao cérebro, Portugal regista 9,9 mortes em cada 100 casos em 30 dias, acima da média da OCDE de 8,2 mortes.
9,9
Mortes em cada 100 casos
Há mais mortes em Portugal na sequência de AVC do que na OCDE.
• Cancro colo-rectal
Poucas melhorias desde 2005
Portugal está entre os países da OCDE onde se regista uma maior mortalidade devido a cancro colo-rectal, com 28,2 mortes em cada 100 mil pessoas. A melhoria neste indicador face a 2005 foi muito ligeira. A média da OCDE (35 países) é de 23,9 mortes por cada 100 mil pessoas.