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O que está a correr bem e mal na saúde em 10 gráficos

O SNS está a oferecer mais cuidados mas persistem vários problemas. Em 10 gráficos veja o que está a correr bem e mal na saúde.

Sara Matos

Após o choque do ajustamento forçado pelo pedido de assistência financeira, o Serviço Nacional de Saúde está mais estabilizado e conta com um número crescente de consultas e intervenções cirúrgicas, bem como mais médicos e enfermeiros. A esperança média de vida após os 65 anos continua a comparar bem internacionalmente.   

 

 

O pior parece estar para trás na crise da saúde, mas o SNS continua com dificuldades. Os tempos de espera cresceram em 2016, as famílias são chamadas a um esforço financeiro significativo com a Saúde e o reforço de verbas no Orçamento nem chega para aumentar o peso do sector na economia.

 

Os 10 gráficos que mostram o que está a correr bem e mal na saúde

Mais consultas em cuidados primários

Mais consultas em cuidados primários
Milhares de consultas, em milhões - Em 2016 o número de consultas médicas de cuidados de saúde primários aumentou 2% para 31 milhões, puxado pelo crescimento de 6,8% nas não presenciais para 8,5 milhões.

Mais consultas nos hospitais

Mais consultas nos hospitais
Número de consultas, em milhões - As consultas nos hospitais aumentaram 0,4% em 2016 para 12,1 milhões. Para o crescimento foi essencial uma subida de 4,7% nas consultas nas urgências.

Mais cirurgias

Mais cirurgias
Número de intervenções cirúrgicas - O número de operados em Portugal cresceu 1,5% para 568,7 mil em 2016. Registou-se um crescimento de 2,3% nas operações no SNS e uma queda nos hospitais convencionados.

Na média dos anos de vida pós-65

Na média dos anos de vida pós-65
Esperança média de vida após os 65, em anos - Em média, os portugueses podem esperar viver quase 20 anos após perfazerem os 65 anos. É um valor que está na média da OCDE e à frente por exemplo da Irlanda ou Alemanha.

Mais Médicos e enfermeiros

Mais Médicos e enfermeiros
Número de profissionais na saúde - O Governo tem destacado a aposta no reforço de recursos humanos, e os números mostram-no. Em 2017 deverá registar-se um aumento de 1,9% para 132 mil profissionais de Saúde.

Famílias gastam muito com saúde

Famílias gastam muito com saúde
Peso dos gastos de saúde nos gastos totais (%) - Com a crise as famílias têm sido chamadas a pagar mais pelos serviços de saúde e Portugal destaca-se: quase 4% do seu consumo é nestes serviços, um valor acima da média da OCDE.

Mais espera nas consultas

Mais espera  nas consultas
Número de dias após primeira consulta - O tempo de espera após uma primeira consulta subiu para 120,5 dias em 2016. Governo justifica com mais consultas e redução das listas de espera que pressionaram o sistema.

Mais espera nas cirurgias

Mais espera nas cirurgias
Número de meses de espera para intervenção - O tempo de espera nas cirurgias aumentou. Em 2016 o tempo médio calculado pelo ministério da Saúde ultrapassou os 3 meses, um máximo desde pelo menos 2010.

Poucos anos saudáveis pós-65

Poucos anos saudáveis pós-65
Número de anos sem incapacidade física - Se, em média, os portugueses vivem quase tantos anos como a média da OCDE após completarem 65 anos, o número de anos saudáveis é muito menor. Pouco mais de 6 anos.

Peso da despesa corrente não sobe

Peso da despesa corrente não sobe
Valores em % do PIB - O aumento da despesa na saúde não tem ultrapassado o crescimento nominal da economia, o que fez com que em 2016 o seu peso no PIB estivesse estável e inferior à média da OCDE.


Oito situações onde o SNS responde bem e mal

Os números ajudam a perceber quanto é que se tem investido em Saúde nos últimos anos e também permitem perceber como é que Portugal compara com outros países nos cuidados de saúde que presta aos seus cidadãos. Estes oito indicadores - positivos do lado esquerdo e negativos do lado direito - retirados do Health at a Glance deste ano da OCDE dão mais pistas sobre o desempenho do SNS.


• Diabetes
Crianças entre as menos afectadas

As crianças portuguesas estavam, em 2015, entre as que eram menos afectadas pela diabetes de tipo I. Na OCDE, 1,2 crianças em cada mil, em média, sofria desta doença. Em Portugal, esse número era de 0,9 em cada mil. Parece ser uma inversão da tendência registada nos adultos: em 2015 9,9% dos adultos tinham diabetes acima da média de 7%.

0,9
Crianças com diabetes
As crianças portuguesas são das que menos sofrem de diabetes.

• Asma e doenças pulmonares
Portugal entre os melhores

Portugal é, a seguir ao Japão e à Itália, o país em que existem menos internamentos devido a asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica. Em 2015, foram hospitalizadas 74 pessoas em cada 100 mil com estas doenças. A média da OCDE (35 países) é muito superior: 237 pessoas em cada 100 mil.

• Complicações cirúrgicas
Tratamentos são mais seguros

Em 2015, Portugal estava entre os países que apresentavam menos complicações relacionadas com cirurgias, pontuando melhor do que a média no que toca a corpos estranhos deixados dentro dos pacientes, na sépsis pós-operatória e especialmente na incidência de embolia pulmonar pós-operatória e trombose após cirurgia à anca ou ao joelho.

46
Tromboses por 100 mil altas
Após operação aos joelhos ou anca. A média da OCDE é de 357 tromboses.

• Obstetrícia
Nascimentos são dos mais seguros

A existência de traumas obstétricos é muito mais raro em Portugal do que na generalidade dos países da OCDE. Numa comparação com 21 países, Portugal é o quinto país em que existem menos complicações nas grávidas quando estas dão à luz em partos vaginais (não são avaliadas as cesarianas).


• Fractura da anca
Portugal demora mais a operar

Em 2015, Portugal estava entre os países da OCDE que mais demoravam a operar doentes com fractura da anca. Enquanto que na Noruega 96% dos pacientes eram alvo de intervenção nos primeiros dois dias, em Portugal só 46,5% dos doentes eram operados nesse período. Em 2005, Portugal operava quase 60% dos doentes nesses dois dias.

46.5%
Doentes com fractura da anca
São os doentes operados à anca em dois ou menos dias em Portugal.

• Demência
Prevalência é das mais altas da OCDE

A prevalência da demência em Portugal é a quarta mais alta entre os países da OCDE, o que espelha o envelhecimento da sociedade portuguesa. A organização estima que, este ano, 19,9 em cada mil portugueses sofra desta doença neurodegenerativa. Em 2037 já serão 31,3, terceira pior marca na OCDE.

• AVC
Mortalidade é das mais elevadas

A mortalidade em Portugal por acidentes vasculares cerebrais até um mês após o internamento é uma das mais elevadas da OCDE. No caso dos AVC isquémicos (85% do total), em que há uma interrupção na chegada de sangue ao cérebro, Portugal regista 9,9 mortes em cada 100 casos em 30 dias, acima da média da OCDE de 8,2 mortes.

9,9
Mortes em cada 100 casos
Há mais mortes em Portugal na sequência de AVC do que na OCDE.

• Cancro colo-rectal
Poucas melhorias desde 2005

Portugal está entre os países da OCDE onde se regista uma maior mortalidade devido a cancro colo-rectal, com 28,2 mortes em cada 100 mil pessoas. A melhoria neste indicador face a 2005 foi muito ligeira. A média da OCDE (35 países) é de 23,9 mortes por cada 100 mil pessoas.

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