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Nascem mais crianças, mas Portugal continua a perder população

O número de nascimentos em Portugal aumentou em 2016 pelo segundo ano consecutivo, mas isso não impediu que a população portuguesa continuasse a diminuir, mantendo a trajectória de queda iniciada em 2010.

Reuters
31 de Outubro de 2017 às 12:13
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Estão a nascer mais crianças, cada mulher tem mais filhos, a emigração está a diminuir, o número de casamentos voltou a crescer e os divórcios caíram. A síntese de dados publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) traz alguns sinais demográficos encorajadores para Portugal. No entanto, não são suficientes para travar a onda de degradação dos últimos anos: o país continua a perder população.

"A situação demográfica em Portugal continua a caracterizar-se pelo decréscimo da população residente, apesar do aumento da natalidade e do decréscimo da emigração. O declínio populacional mantém-se desde 2010, embora se tenha atenuado nos três últimos anos", pode ler-se no destaque do INE.

Os nascimentos até estão a dar uma ajuda. Pela primeira vez desde o final dos anos 90, Portugal teve dois anos consecutivos de aumento do número nados-vivos. Em 2016, foram 87.126 nascimentos, o que compara com 85.500 em 2015. O índice de fecundidade ascendeu a 1,36 filhos por mulher, o que representa o terceiro ano consecutivo de recuperação e o valor mais elevado desde 2010. Recorde-se que, para assegurar a substituição das gerações, é necessário um mínimo de 2,1 filhos por mulher, valor que Portugal não atinge desde o início dos anos 80.

Se é verdade que os nascimentos estão a recuperar, o número de óbitos também aumentou, superando os 110,5 mil. Contas feitas, o saldo natural português continuou a ser negativo: -23.409 pessoas. 

No que diz respeito ao saldo migratório, também há desenvolvimentos positivos, mas a conclusão final continua a ser pouco animadora. Isto é, entraram ligeiramente mais pessoas no país e saíram menos para viver no estrangeiro. Em 2016, houve 29,9 mil imigrantes e 38,3 mil emigrantes permanentes. No segundo caso, trata-se de uma descida de 5,2% face ao ano anterior (o número de emigrantes temporários também recuou). Tendo em conta estes valores, é fácil ver como o saldo migratório se mantém negativo (-8.348 pessoas), "ainda que atenuado face a 2015", nota o INE. Recorde-se que no pico da crise a perda de população através destes movimentos migratórios superava os 30 mil por ano.

Ou seja, Portugal perde população porque há mais óbitos do que nascimentos e porque ainda emigram mais pessoas do que aquelas que imigram. Tudo somado, Portugal tinha em 2016 menos 31.757 pessoas do que em 2015, uma quebra de 0,31%. O que significa que a população residente se fixou em 10.309.573 pessoas. O último ano em que a população aumentou foi 2010.

Mais casamentos, menos divórcios

Os dados do INE permitem também concluir que uma inversão já observada em 2015 se mantém em 2016: o número de casamentos aumentou. "Realizaram-se 32.399 casamentos, valor muito próximo ao do ano anterior, embora o número de casamentos entre pessoas de sexo oposto tenha diminuído ligeiramente", pode ler-se no destaque do INE. Ao mesmo tempo, há menos divórcios decretados. "O número de divórcios reduziu-se face ao ano anterior: 22.340, menos 1.037 do que em 2015."

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