Notícia
Em Portugal morre-se menos, mas também se nasce menos. E casa-se mais
O número de nascimentos reduziu-se em 2017 e o número de mortes diminuiu. O saldo continua negativo, ou seja, há mais gente a morrer do que a nascer e há uma boa notícia: as mortes entre crianças com idade inferior a um ano nunca foram tão poucas com no ano passado.
Em 2017 nasceram em Portugal 86.154 crianças, menos 972 (1,1%) que no ano anterior. O número de mortes também diminuiu e ao todo registaram-se 109.586 óbitos, menos 987 (0,9%). O saldo, esse continua negativo e a população continua a encolher e a envelhecer. Os números foram divulgados esta segunda-feira, 30 de Abril, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e revelam que o saldo natural continua negativo pelo nono ano consecutivo, com uma diferença de 23.432 entre mortes e nascimentos.
Uma boa notícia é que, desde que há registos, nunca o número de mortes entre crianças com menos de um ano foi tão reduzido: o INE contabilizou 226, menos 56 do que em 2016. Entre os óbitos, 85% foram de pessoas com 65 anos ou mais e mais de metade (58,6%) corresponderam a óbitos de pessoas com mais de 80 anos. Entre homens e mulheres o número é equilibrado: 54.987 foram de homens e 54.599 de mulheres.
Olhando para os nascimentos, verifica-se que nasceram mais rapazes do que raparigas: 44.072 nados-vivos do sexo masculino e 42.082 do sexo feminino. No contexto da União Europeia, em 2016, ano para o qual existe informação mais recente, Portugal ocupava a 12ª posição no ranking dos países da UE28, com uma taxa de mortalidade infantil de 3,2%, abaixo da média europeia que foi 3,6%.
Outro detalhe que se tem mantido relativamente constante é que Setembro foi o mês com maior número de nascimentos (desde 2010, só não foi assim em 2011 e 2017, anos em que os meses com maior número de nascimentos foram respectivamente Julho e Outubro). O mês em que se nasce menos é Fevereiro (só em 2011 em que o mês com menor número foi Abril). Também na morte há alguma sazonalidade e em 2017, o mês de Janeiro foi aquele em que se verificou o maior número de óbitos, contrariamente ao ano anterior em que o maior número de óbitos se registou no mês de Dezembro – meses de Inverno, num e noutro caso.
Mais casamentos e no Verão, como sempre
Os casamentos, esses aumentaram. No ano passado foram 33.634, mais 3,8% que no ano anterior (mais 1 235 casamentos). A maioria, 65,8%, foram casamentos civis, mas cerca de um terço dos noivos manteve-se fiel às tradições e optou por um casamento religioso pela forma católica e 155 (0,5%) segundo outras formas religiosas. Em mais de metade dos casamentos (58,1%) os nubentes já viviam juntos e possuíam residência comum.
Refira-se ainda que dos casamentos celebrados em 2017 em Portugal, 33.111 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto e 523 entre pessoas do mesmo sexo (422 em 2016): 282 casamentos entre homens e 241 casamentos entre mulheres (249 e 173, respectivamente, em 2016).
Também no casamento, como na morte e no nascimento, se impõe a sazonalidade: em 2017, 56,1% dos casamentos – 18.861 – realizaram-se nos meses de verão (entre Junho e Setembro), sendo Agosto o mês com maior frequência (5.263), seguido de Setembro (5.224) e de Julho (4.808). Entre 2010 e 2017, o mês de Agosto foi sempre aquele em que se realizaram mais casamentos; por outro lado, o mês com menor número de casamentos celebrados tem sido o de Fevereiro.
De referir ainda que, do total de nascimentos, 54,9% foram fora do casamento e 18,1% sem coabitação dos pais, um número que duplicou entre 2010 e 2017.
As portuguesas são mães sobretudo entre os 20 e os 34 anos, registando-se nesse intervalo de idade das mães 65,4% do total de nascimentos. Com mais de 35 anos foram apenas 2,5% e o número de mães adolescentes correspondeu também apenas a 2,5% do total.
Segundo o INE, entre 2010 e 2017, registou-se um decréscimo de 1,5 pontos percentuais (p.p.) na proporção de nascimentos cujas mães tinham idades inferiores a 20 anos e também um decréscimo de 8,8 p.p. na proporção de nascimentos relativos a mães com idades entre os 20 e os 34 anos de idade; em contrapartida, verificou-se um aumento de 10,3 p.p. na proporção de nados-vivos de mães com 35 e mais anos de idade.