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Ministério reúne-se terça-feira com sindicatos para evitar greve dos médicos

O ministro da Saúde diz que a via para o diálogo está aberta, mas avisa que não é possível garantir tudo ao mesmo tempo. Organizações sindicais ameaçam com greve nacional dos médicos por causa do pagamento das horas extraordinárias. O bastonário diz que a greve é "uma forte possibilidade".

Ricardo Castelo/Negócios
13 de Março de 2017 às 12:55
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O ministro da Saúde manifestou esta segunda-feira, 13 de Março, em Santo Tirso disponibilidade para dialogar com os médicos para evitar a realização de uma greve nacional, mas salientou que "o país ainda não está em condições de atender a todas as expectativas".

"Amanhã [terça-feira] vai haver uma reunião entre o secretário de Estado da Saúde e os sindicatos, o diálogo está aberto e nós tudo faremos para, no quadro de responsabilidade política global, ir ao encontro daquilo que são as expectativas, que são legítimas. Mas como os portugueses compreenderão, não são todas elas susceptíveis de ser atendidas num único momento, porque o país ainda não está em condições de o poder fazer", disse o ministro Adalberto Campos Fernandes.

As organizações sindicais médicas ameaçam avançar com uma greve nacional dos médicos caso não cheguem a bom porto as negociações que serão apresentadas à tutela num programa com vista à resolução dos problemas do sector.

No final de uma reunião entre as organizações sindicais, reunidas sexta-feira no Fórum Médico, em Lisboa, estas consideraram que "a pressão excessiva e a interferência, por parte da tutela, nas boas práticas médicas, e consequentemente na qualidade da medicina, ultrapassaram o limite do aceitável".

"Os médicos e os doentes portugueses estão indignados com a situação que se vive actualmente na saúde", indicava o comunicado enviado à comunicação social no final do encontro de sexta-feira.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, admitiu esta segunda-feira que uma greve nacional dos médicos é "uma forte possibilidade", face às "muitas situações que não estão bem" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"É possível que os sindicatos médicos encarem essa possibilidade [de greve nacional] como uma forte possibilidade, porque há muitas coisas que não estão bem um pouco por todo o SNS", referiu Miguel, durante uma visita ao Hospital de Barcelos.

Adalberto Marques Fernandes, que hoje falava à margem do Fórum Nacional - SNS Serviço Nacional de Saúde, a decorrer em Santo Tirso, considerou que em "todos os momentos políticos há tensões que têm a ver com aquilo que possam ser as frustrações dos grupos profissionais, legítimas, e aquilo que é a capacidade do estado e dos governos de assumirem as suas responsabilidades perante o colectivo".

O regime de pagamento de horas extraordinárias tem motivado divergências entre os médicos e o Ministério da Saúde. O novo modelo - que tem como objectivo começar a eliminar os cortes em vigor desde 2012 - prevê que em Abril os médicos recuperem metade do corte, com as horas extraordinárias a serem pagas a 75%. A segunda metade - que permite chegar ao pagamento das horas extra a 100% - será ressarcida no segundo semestre, num regime ainda a ser definido em conjunto com os sindicatos. 

Este regime não se aplica a todos os médicos, deixando de fora os que fazem trabalho extraordinário em regime de prevenção e à chamada, nos serviços de urgência interna dos hospitais e que asseguram os prolongamentos de horário dos centros de saúde.

(notícia actualizada às 14:10 com declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães)
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