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Miguel Guimarães: "Os médicos precisam de parar um bocado. Não parar pode ter consequências desastrosas"

O bastonário da Ordem dos Médicos fala de situações de exaustão entre os médicos e diz que é necessário garantir o descanso, sob pena de se pôr em causa a saúde mental dos profissionais.

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O bastonário da Ordem dos Médicos diz que a exaustão dos profissionais de saúde se está a refletir nos serviços.

 

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, Miguel Guimarães sublinha que é necessário garantir o descanso aos profissionais de saúde até para preparar o próximo inverno.

 

"Neste momento temos uma situação extremamente complexa que não é [só] a covid. O mais importante é os doentes não covid".

 

"Os médicos precisam de parar um bocado porque não parar pode ter consequências desastrosas, em termos de saúde mental, mas também do 'burnout' e sobretudo do sofrimento ético, que é a pessoa querer continuar a dar o melhor de si, querer continuar a trabalhar, saber que se não o fizer vai prejudicar o serviço, que em última instância tem implicações negativas sobre os próprios doentes e saber também que não está em condições".

Se o profissional de saúde "está com uma ansiedade elevadíssima, em depressão, isto depois dá aquilo que se chama o sofrimento ético."

Sublinhando que há condições "muito complicadas" nos hospitais, o bastonário da ordem dos médicos diz que espera que a ministra da Saúde, Marta Temido, "esteja a par de tudo". "Não sei se está, sinceramente".


Questionado sobre as circunstâncias dos casos mais graves, o bastonário não detalhou. 

Durante a entrevista Miguel Gimarães frisou que os profissionais de saúde este ano já fizeram no primeiro semestre mais 17% de horas extraordinárias.


"No ano passado os médicos fizeram 6 milhões de horas extraordinárias, isto é uma coisa brutal. Por si só dava para contratar 3.300 médicos a trabalharem 40 horas por semana durante um ano inteiro para o SNS", referiu.

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