Notícia
Médicos de família vão trocar e-mails com doentes em 2018
Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde vão lançar um projecto-piloto com 700 médicos de família em que os clínicos vão trocar e-mails directamente com os seus doentes, disse o presidente desta entidade em entrevista ao jornal i.
No início do próximo ano poderá ter a oportunidade de enviar um e-mail ao seu médico de família a expor queixas ou tirar dúvidas. Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, responsáveis pela implementação de soluções tecnológicas no SNS, vão lançar um projecto-piloto com 700 médicos de família que se "mostraram interessados em receber mensagens directas dos doentes", anunciou Henrique Martins, presidente desta entidade, em entrevista ao i.
Henrique Martins comentava o aparente acesso mais facilitado que os doentes têm junto dos médicos no sector privado. Apesar de não conseguir dizer que se é mais comum que no sector público, este responsável diz que o "Estado tem um problema no contacto com os cidadãos", que se materializa, por exemplo, na impossibilidade de falar por telefone com alguém num hospital.
Para o ultrapassar, foi feita uma "aposta grande no Centro de Contacto do SNS", a antiga linha Saúde 24, para onde já é possível ligar "e pedir para agendar uma consulta. A interacção dos médicos com os doentes por e-mail é o próximo passo. "Vamos começar com um projecto-piloto com 700 médicos de família que se mostraram interessados em receber mensagens directas dos doentes", declarou Henrique Martins.
Actualmente "já há pessoas que partilham imagens e ficheiros com os seus médicos, mas fazem-no de forma não segura, usam o Whatsapp, e-mails pessoais". A ideia agora é que "os cidadãos interajam com o sistema mas sobretudo que isso seja rastreável e auditável, que a informação circule nos servidores do Ministério da Saúde e não em servidores dos Estados Unidos". Prevê-se que esta nova solução esteja a funcionar no início do próximo ano.
Para daqui a um ano está também o lançamento da marcação de consultas pela televisão. "Vamos lançar o concurso público e, se tudo correr bem, esperamos no próximo ano por esta altura já ter essa ferramenta", antecipou.
Henrique Martins disse ainda que existem em média um a dois ataques informáticos nas unidades do SNS por mês, essencialmente e-mails com ficheiros infectados.