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Marta Temido: “É preciso maximizar as competências dos profissionais de saúde”

A presidente da Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS) defendeu que é essencial alterar a distribuição de recursos no Serviço Nacional de Saúde. O que significa que profissionais como os enfermeiros possam fazer mais coisas do que fazem actualmente.

Mariline Alves
07 de Junho de 2016 às 22:36
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É um tema polémico, reconhece Marta Temido, mas é uma das formas de ganhar sustentabilidade no Serviço Nacional de Saúde: é necessário "maximizar as competências dos profissionais de saúde". Isso significa que os enfermeiros, ou os técnicos auxiliares, devem poder fazer mais coisas do que fazem actualmente. "É ainda dramática a nossa incapacidade de obter o melhor dos nossos recursos humanos", afirmou a presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), durante a entrega dos prémios Saúde Sustentável.

 

Uma vez que o pessoal é a área "em que os custos são mais visíveis", era obrigatório "olhar para ela" do ponto de vista das competências de cada grupo de profissionais de saúde. "Por que não o temos feito até agora, com o que nos chega de evidência do Canadá, Reino Unido?", interroga, para logo a seguir responder: "porque temos sido um pouco cegos em relação à evidência e acomodados ao peso dos grupos de interesse dos profissionais, que são opostos ao interesse dos doentes".

 

"Se procuramos sítios para sermos mais eficientes, esta procura de eficiência em termos dos recursos humanos da saúde é o caminho", sinalizou.

 

Já à margem da conferência, e em declarações ao Negócios, Marta Temido explicou que "a nossa combinação de profissionais não maximiza as competências dos enfermeiros, ou dos técnicos de diagnóstico e de terapia", e é preciso que essas competências sejam aumentadas, colocando os enfermeiros, por exemplo, a fazer trabalho actualmente desempenhado pelos médicos.

 

O anterior Governo avançou com a possibilidade os enfermeiros pedirem exames complementares de diagnóstico nas urgências hospitalares, com o objectivo de diminuir os tempos de espera. Porém, a Ordem dos Médicos insurgiu-se contra essa possibilidade, considerando que essa é uma competência dos médicos. O Governo viria depois a recuar, caracterizando essa medida de "experimental".

 

Porém, Marta Temido considera que o SNS "ganharia em olhar para isso". "Vários estudos mostram que, usando diferentes combinações de profissionais, é possível melhorar a prestação de cuidados de saúde", insistiu. Um dos exemplos que avançou foi o dos enfermeiros de família, que avançaram em 35 centros de saúde como experiência-piloto. Esta figura foi igualmente criticada pela Ordem dos Médicos.

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