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Maiores de 60 vão ser vacinados até final de maio

A ministra da Saúde traça uma nova meta para o plano de vacinação contra a covid-19, numa fase de maior disponibilidade de vacinas e em que “o desafio é a fluidez e celeridade do processo de administração". Confira as novas doenças prioritárias.

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21 de Abril de 2021 às 11:26
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Marta Temido adiantou esta quarta-feira-feira, 21 de abril, que "até ao final de maio ou mesmo na terceira semana de maio, todas as pessoas com mais de 60 anos estarão vacinadas com, pelo menos, uma dose" contra a covid-19.

 

A ministra da Saúde considerou que este é um "aspeto importante", já que cerca de 96% dos óbitos no país aconteceram precisamente acima dos 60 anos de idade. "Teremos protegido o grupo mais atingido pela letalidade", insistiu.

 

Esta nova meta foi traçada esta manhã pela ministra da Saúde durante uma conferência de imprensa de atualização de informação relativa ao plano de vacinação contra a covid-19, que teve também a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, do presidente do Infarmed, Rui Ivo, e do coordenador da "task force", Henrique Gouveia e Melo.

Até ao momento já chegaram a Portugal cerca de 2,9 milhões de doses (acrescem 31,5 mil doses da Johnson & Johnson), tendo já sido administradas 2,7 milhões. Isto é, cerca de dois milhões - 20% da população - já receberam, pelo menos, uma dose; e 690 mil pessoas (7%) tiveram as duas inoculações. O destaque vai para o grupo de maiores de 80 anos: 91% já tomou uma dose e 58% as duas doses.

 

Quase 120 dias após o início do processo de vacinação em Portugal, Marta Temido anunciou que, "se até agora vivíamos um problema de escassez e deparámo-nos com dificuldades imprevistas, agora avançamos para uma fase com maior disponibilidade de vacinas e o desafio é a fluidez e celeridade do processo de administração".

 

Avançamos para uma fase com maior disponibilidade de vacinas e o desafio é a fluidez e celeridade do processo de administração. Marta Temido, ministra da Saúde



A ministra da Saúde reforçou que "será determinante o processo de agendamento, a marcação do ato de vacinação de cada indivíduo e, por outro lado, a capacidade das estruturas de vacinacação realizarem a missão para a qual têm estado a ser preparadas". E apontou as 183 mil pessoas vacinadas no último fim de semana como uma evidência de que "as estruturas e os modelos planeados pela ‘task force’ parecem estar à altura dos desafios".

Quais as novas doenças prioritárias?

Nesta nova fase do plano, a diretora-geral de Saúde sublinhou que é "importante a vacinação rápida por faixas etárias decrescentes", lembrando que a idade é um fator de risco  e também que "muitas das doenças associadas a um pior prognóstico também estão nesta faixa etária" dos 70 aos 79 anos, que antecede a dos 60 aos 69 anos que será inoculada até ao final de maio.

 

Graça Freitas detalhou que, a partir de agora, serão seguidas "duas estratégias simultâneas": uma mais intensa dirigida à faixa etária e outra que vai permitir a pessoas com outras doenças serem também vacinadas prioritariamente.

 

É o caso das pessoas com doença oncológica ativa, em situação de transplantação; com imunossupressão (um dos grupos é a infeção por VIH); com doenças neurológicas; com doença mental grave; e ainda "uma lista mais extensa" de doenças raras. Estão também neste grupo os casos de grande obesidade (IMC acima de 30) e os diabéticos do tipo 1 ou tipo 2 com menos de 60 anos, que podem desenvolver doença grave.

Confiar na vacina para retomar a economia

 

O coordenador da "task force" para vacinação contra a covid-19, Henrique Gouveia e Melo, apontou que a administração de 100 mil vacinas por dia é "o novo ritmo" e admitiu que "fazê-lo sete dias por semana e durante quatro meses não será tarefa fácil".

 

"Naturalmente é complexa. Mas todas as experiências, testes e a nova preparação indicam que vamos ter sucesso neste desígnio, confirmando-se a chegada das vacinas previstas", salvaguardou o vice-almirante, acrescentando que depois de estar protegida a faixa dos maiores de 60, a partir de junho poderá ser "retomada a economia [portuguesa] em condições mais normais".

 

Administrar 100 mil vacinas sete dias por semana e durante quatro meses não será tarefa fácil. Gouveia e Melo, coordenador da "task force" para a vacinação



Já o presidente do Infarmed confirmou que a Agência Europeia de Medicamento (EMA) está em fase final de avaliação de duas vacinas já contratualizadas pelo bloco europeu (Curevac e Novavax), além de estar a analisar a vacina russa e uma das vacinas chinesas (Sinovac), cujos processos foram também submetidos.

 

Na mesma conferência de imprensa, Rui Santos Ivo indicou ainda que, no que toca à AstraZeneca, que está apenas recomendada para as idadas mais avançadas, o regulador português está ainda a "avaliar em maior detalhe toda a informação que foi recebida, no sentido de contextualizá-la com os níveis de risco" (hospitalizações e mortes por covid).

 

Quanto à vacina da Johnson & Johnson, que é de toma única e ainda aguarda avaliação técnica para ser aplicada em Portugal, o responsável do Infarmed lembrou que houve apenas "casos muito raros" de reações adversas – oito casos em 7 milhões de vacinas administradas nos EUA – e que a primeira avaliação da EMA, esta terça-feira, 20 de abril, concluiu pela "relação positiva" no benefício-risco.

 

Rui Santos Ivo salientou ainda que "tem estado a haver alguma aceleração na execução de dois contratos [Pfizer-BioNTech e Moderna] no sentido de algumas das quantidades que estavam previstas para o quarto trimestre de 2021 serem entregues mais cedo", isto é, no segundo e no terceiro trimestre deste ano.

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