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Vacina da J&J aguarda avaliação técnica para ser aplicada em Portugal

O Infarmed não vê “razão para constrangimento” na vacina da Johnson & Johnson em menores de 60 anos. Ainda assim, só vai começar a ser distribuída e administrada após o parecer da comissão técnica de vacinação da DGS.

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21 de Abril de 2021 às 13:12
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já confirmou que os benefícios superam os riscos da vacina da Johnson & Johnson (J&J), cabendo agora a cada país analisar eventuais limitações em termos de idades. Neste momento, declarou a ministra da Saúde, "não há qualquer restrição à utilização desta vacina no grupo etário dos maiores de 60 anos".

 

Também o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, reforçou que "não há nenhuma razão para constrangimento" na utilização desta vacina de toma única a menores de 60 anos. Mas também fez questão de lembrar que, nesta fase do plano português, essa população mais jovem também não está a ser vacinada.

 

Numa conferência de imprensa conjunta, Marta Temido detalhou que a comissão técnica de vacinação contra a covid-19, que funciona na dependência da Direção-Geral da Saúde e é composta por diversos peritos, está ainda a "analisar os documentos que a EMA disponibilizou e fazer uma tradução desta regra para a nossa realidade nacional".

 

No entanto, a governante clarificou que, apesar de não haver qualquer restrição etária neste momento, esta vacina só vai começar a ser distribuída e administrada quando estiver concluída essa verificação técnica sobre "se há algum ajustamento a fazer para efeitos da aplicação da vacina no nosso país".

 

Portugal recebeu na semana passada as primeiras 31.200 doses desta vacina de origem americana, que fazem parte de um lote de 1,25 milhões contratualizadas para o país, no âmbito dos acordos celebrados a nível europeu.

 

A vacina da J&J foi analisada pelo regulador comunitário ainda antes de ser iniciada a distribuição dos diversos países, isto após terem sido detetados oito casos de reações adversas num total de 7 milhões de inoculações, que levaram à suspensão da vacina nos EUA. A maioria destes "casos extraordinariamente raros", como reforçou Marta Temido, ocorreu em mulheres com menos de 60 anos.

Já no que toca à vacina da AstraZeneca, que atualmente só está a ser aplicada em Portugal a maiores de 60, a ministra da Saúde avançou que está à espera até ao final desta semana das respostas da EMA a duas questões: "se é possível estreitar mais os grupos etários para os quais está a ser recomendado preventivamente que não seja administrada; e o que fazer com as segundas tomas.

Entram recuperados e (mais) enfermeiros

 

No que toca ao plano português, além da entrada de doenças prioritárias e da nova meta de vacinar os maiores de 60 anos até ao final de maio, outra das principais novidades é que as pessoas que tiveram covid-19 vão começar a ser chamadas para a vacinação a partir de junho.

 

"Nessa altura começaremos a vacinar os recuperados, pessoas que tenham tido a doença há mais de seis meses, a contar da data da recuperação", elucidou a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, frisando haver evidência científica de que a imunidade permanece elevada durante meio ano.

 

Presente também nesta conferência de imprensa, o coordenador da "task force", Gouveia e Melo, garantiu que nesta nova fase, em que será preciso vacinar 100 mil pessoas por dia, "os recursos vão ser encontrados, seja por mobilidade, contratação extraordinária ou outra forma diferente" e que "não há expectativa de [a falta de recursos humanos] ser um grande problema ou condicionar o processo".

 

5.000 doses já foram para o lixo em Portugal Esta madrugada, por causa de uma falha de energia em Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga), ficaram inutilizadas milhares de vacinas contra a covid-19 que iriam ser aplicadas no centro de vacinação de São Cosme. O vice-almirante Gouveia e Melo começou por dizer que "problemas num processo desta dimensão e complexidade irão sempre acontecer", mas desdramatizou as perdas. "Incluindo estas 2.400 vacinas – é o número que pode estar aqui em causa – estamos a falar de um universo de 5.000 vacinas [inutilizadas] desde o início do processo", num total de quase três milhões de já aplicadas. Ainda assim, o responsável pela "task force" garantiu que neste caso, como noutros em que houve perdas, será feito um inquérito para perceber e corrigir as causas e "se for por dolo ou negligência, atribuir as consequências necessárias a quem teve o ato".
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