Fevereiro começa com um novo portal para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que reúne toda a informação existente e que até agora estava dividida em várias plataformas ou não estava disponível.

Uma das novidades é a possibilidade de consultar os tempos de espera na urgência dos hospitais por cada prioridade, ou quanto tempo terá de esperar por uma consulta ou cirurgia numa determinada especialidade, o que poderá poupar algum desconforto e evitar salas de espera cheias, permitindo gerir com maior eficácia o tempo dos utentes.

Por exemplo, se tiver uma urgência, poderá consultar os tempos de espera médios nos hospitais e escolher a unidade de saúde onde será atendido mais rapidamente. Também pode confirmar qual o tempo de espera previsto em relação a uma consulta já marcada.

Outra das novidades é o portal de transparência, onde é possível consultar vários indicadores, nomeadamente o número de vacinas administradas nos cuidados de saúde primários, a evolução mensal dos accionamentos de meios de emergência pré-hospitalar ou o número total de colheita de sangue.

Na apresentação do novo portal, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, alertou que durante uma primeira fase será normal que surjam problemas no site. "É um mundo que vai demorar alguns meses a construir e que tem de ser muito mantido e trabalhado", justifica o governante.

O ministro da Saúde defendeu que "é útil que se saiba quanto tempo em média se espera no hospital, qual é a dificuldade de acesso a consultas, aspectos como o agendamento, a marcação electrónica" e sublinhou que o objectivo do portal "é estabelecer uma relação diferente com os cidadãos, os dirigentes e os responsáveis" e que este permite um "diálogo e transferência para o cidadão da possibilidade de diariamente interpelarem a tutela ou os serviços".

A informação disponível está dividida em quatro áreas principais: SNS, institucional, cidadão e profissional. Na página do SNS é possível consultar informações sobre as taxas moderadoras, redes de cuidados de saúde existentes e permite a pesquisa de medicamentos.

Já na área institucional os dados disponíveis são dedicados à política de saúde e informação relativa ao Ministério, nomeadamente o Plano Nacional de Saúde e os Programas Prioritários.

O espaço dedicado aos cidadãos permite a marcação de consultas, a renovação de medicação e até um simulador e pedido de isenção de taxas moderadoras ou consultar o histórico dos registos clínicos.

Portal do Utente com falhas no dia de lançamento do novo site

Para o fazer é necessário estar registado no Portal do Utente. No entanto, no dia de lançamento o portal não estava a funcionar. Quem tentava registar os seus dados no Portal do Utente recebia em troca uma mensagem de erro. A impossibilidade de efectuar o registo exclui assim, por tempo indeterminado, a possibilidade de usufruir de muitas funcionalidades, nomeadamente verificar o tempo de espera para consultas já marcadas.

Contactado pelo Negócios, o gabinete de comunicação do Ministério da Saúde explicou que o site ainda tem algumas falhas registadas, mas ainda assim a tutela decidiu avançar com a publicação do site e irá corrigir as falhas ao longo do tempo. O Ministério explicou ainda que algumas das falhas se devem a incompatibilidades do sistema ou porque os hospitais não têm essa informação disponível.

Ainda no portal da transparência pode consultar dados tão diferentes como o número de partos realizados no dia, o número de receitas prescritas electronicamente desde o início do ano (actualizados em tempo real), o número total de consultas médicas por unidade de saúde ou a média do tempo de pagamento de facturas a fornecedores.

A título de balanço, saiba por exemplo que em 2015 foram administrados 3,9 milhões de vacinas, 867 milhões foram gastos com medicamentos hospitalares, foram dispensados 3.805 genéricos por minuto, foram realizadas 85 mil consultas por dia e 114 cirurgias por hora.

Ao todo, o portal SNS contém mais de 180 variáveis médicas quantificáveis e relativas às mais diversas áreas, como transplantação, vacinação, urgências, emergência pré-hospitalar, consultas, internamentos ou partos, entre outras, permitindo inclusivamente cruzar dados, por exemplo, da vacinação com as Unidades de Saúde Familiar.

O Portal possui ainda uma lista de aplicações que pode instalar no seu smartphone (em versão Android e iOS).