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Despesa em saúde aumentou a um ritmo inferior ao do PIB, o que não acontecia desde 2017
Desde 2017 que a evolução da despesa corrente em saúde não era inferior à do PIB, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística. No ano passado, a despesa pública cresceu 6,6% e a privada 5,7%.
Em 2022, a despesa corrente em saúde aumentou 6,3%, uma evolução inferior à do PIB (+11,4%), de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
"A despesa corrente em saúde cresceu, em termos nominais, menos do que o PIB (-5,1 pontos percentuais) em 2022, contrariamente ao que sucedeu no ano anterior (+6 pontos percentuais) do que o PIB)", detalha o gabinete de estatística. Esta situação de crescimento da despesa corrente em saúde inferior ao do PIB não era observada desde 2017.
Os números divulgados esta terça-feira mostram ainda que o peso da despesa corrente no PIB (10,6%) manteve-se superior ao registado em pré-pandemia (9,5% em 2019).
Já a despesa corrente pública terá crescido 6,6%, refletindo "o aumento do consumo intermédio (testes Covid-19, comparticipação de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico, consumo de produtos farmacêuticos e outros) e dos custos com pessoal dos prestadores públicos", lê-se no mesmo relatório.
De acordo com os dados disponíveis, em 2022, a atividade assistencial dos hospitais públicos recuperou para níveis superiores a 2019, principalmente na realização de consultas médicas e cirurgias. A despesa associada ao combate à pandemia persistiu em 2022, mas foi inferior à observada nos dois anos anteriores.
A despesa corrente privada seguiu a mesma trajetória, tendo também aumentado 5,7% em 2022 devido à continuação da recuperação da atividade assistencial dos prestadores privados, nomeadamente dos hospitais, dos prestadores de cuidados em ambulatório e das farmácias.
Como Portugal compara com congéneres?
De acordo com os dados disponíveis mais recentes, relativos a 2021, a despesa corrente em saúde aumentou significativamente na maioria dos Estados-Membros. Mais de metade apresentaram aumentos nominais da despesa superiores a 10%, destacando-se a Lituânia (17,8%), a Estónia (13,5%), a Áustria (13,2%) e Portugal (13,1%). A Grécia (6,0%) e a Itália (4,9%) foram os EM com os crescimentos mais baixos.
Em 2021, os Estados-Membros com maior representatividade da despesa corrente em saúde no PIB foram a Alemanha (12,9%), a França (12,3%) e a Áustria (12,1%). "Note-se que, nesse ano, a maioria dos reforçou o peso relativo da despesa corrente em saúde no PIB, destacando-se a Áustria (+0,7 p.p.) e Portugal (+0,6 p.p.)", sublinha o INE.
Por sua vez, a Irlanda (-0,4 p.p.) e a Grécia (-0,3 p.p.) foram os países com maior diminuição da importância relativa da despesa corrente em saúde no PIB.