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Cristas diz que espera para consultas e cirurgias está pior do que em "momento dramático" da crise

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que o tempo de espera para consultas e cirurgias piorou em comparação com o "momento dramático" da crise, em 2011, citando um relatório que, considera, dá razão aos centristas.

Bruno Simão
29 de Agosto de 2017 às 14:49
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"O tempo de espera hoje está pior do que aquele que existia num momento dramático da crise em Portugal, que foi o ano de 2011", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, considerando muito preocupante o "aumento dos tempos de espera para as consultas e para as cirurgias".

Em causa está o Relatório Anual de Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde e Entidades Convencionadas relativo a 2016, que, de acordo com a líder centrista, vai ao encontro do que "há muitos meses, em várias idas do senhor ministro ao parlamento", o CDS tem sinalizado.

"O senhor ministro costuma responder que está a fazer mais cirurgias no Serviço Nacional de Saúde e que esse é um objectivo. Só que não pode ser a qualquer custo, é preciso que sejam feitas em contexto de qualidade e com os investimentos necessários para garantir que podemos ter cirurgias feitas no Serviço Nacional de Saúde, mas feitas em tempo próprio e não aumentando os tempos de esperas para os doentes", argumentou.

Assunção Cristas visitou hoje o centro paroquial de Carnide, enquanto candidata à presidência da Câmara de Lisboa, acompanhada pela cabeça-de-lista do CDS àquela junta de freguesia, Diana Vale, e de vários dirigentes da Juventude Popular, nomeadamente o seu presidente, Francisco Rodrigues dos Santos.

Após a visita ao centro paroquial, com valências para a infância e terceira idade, a candidata da coligação "Pela Nossa Lisboa" (CDS-PP/MPT/PPM) reiterou as suas propostas de criação de uma "rede de cuidadores" na capital para os idosos e pessoas com mobilidade reduzida, e de contratualização com os sectores social e privado para garantir a universalização de vagas no pré-escolar.

Insistindo nos dados revelados pelo relatório em cuidados de saúde, Assunção Cristas salientou que, "em muitos casos" as cirurgias referem-se a "doenças graves em que, obviamente, um mês faz diferença".

A presidente centrista anunciou que o CDS vai enviar hoje uma nova pergunta ao Ministério da Saúde para saber em que especialidades e hospitais se verificam o aumento do tempo de espera.

O responsável da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) Ricardo Mestre disse à Lusa que o tempo de espera para cirurgia em doentes prioritários melhorou em 2016, um ano que teve a maior actividade cirúrgica de sempre.

Os esclarecimentos da ACSS surgiram depois de o Jornal de Notícias ter divulgado que o tempo médio de espera para cirurgia aumentou no ano passado, fixando-se em 3,3 meses, "o pior desde 2011".

Segundo Ricardo Mestre, os tempos de resposta em 2016 mantiveram-se "à volta dos 3 meses, como acontecia habitualmente", e sublinha que "os tempos de resposta para os mais prioritários melhoraram".

Relativamente às consultas, o relatório sobre o acesso a cuidados de saúde referente ao ano passado, a que a agência Lusa teve acesso, revela que foram realizadas, em 2016, cerca de 31 milhões de consultas médicas nas unidades de cuidados de saúde primários, o que representou um crescimento de dois por cento em relação ao ano anterior.

O número de consultas nos centros de saúde e nos hospitais aumentou ligeiramente em 2016, mas mais de uma em cada quatro (28%) continua a ser realizada fora dos tempos máximos de resposta garantidos.
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