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Covid-19: Empresas de eventos estimam prejuízos até 250 milhões com cancelamentos

A Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) contabiliza que 90% dos eventos previstos pelos seus associados foram cancelados, estimando prejuízos até 250 milhões de euros, segundo informação hoje divulgada. 

Cofina Media
16 de Março de 2020 às 18:05
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"Os dados recebidos pelos associados [da] APECATE apontam para mais 90% de eventos cancelados, envolvendo cerca de 30.000 trabalhadores diretos, sem contar com os eventuais, os conhecidos recibos verdes", lê-se na numa nota.

Em outro comunicado, a APECATE avançou que "o setor já vive numa situação dramática, com todos os eventos paralisados e prejuízos estimados entre os 200 e os 250 milhões de euros, até à data e que aumenta todos os dias".

A associação, que garante estar empenhada "em ter um papel ativo no acompanhamento da situação e na construção de medidas de combate a este 'tsunami' económico no setor", garantiu que "a preservação dos empregos e manutenção das empresas abertas são as duas grandes linhas de ação da APECATE no panorama atual".

Citado no comunicado, António Marques Vidal, presidente da APECATE, adiantou que o organismo quer "em primeiro lugar ouvir os empresários, ter acesso a dados que nos permitam uma análise do impacto que o setor está a sentir" e apelou à união, "sejam associados ou não" do organismo.

O mesmo responsável, recordando que o setor dos eventos é um dos primeiros a ser afetados pelos sucessivos cancelamentos, pede um esclarecimento de "algumas medidas já anunciadas, como o caso do recurso ao 'lay-off' e microcrédito, por exemplo".

Segundo a associação, "há ainda muito a ser feito", destacando "algumas medidas a serem tomadas no imediato para a sobrevivência das empresas como viabilizar o não pagamento de impostos", ou o "adiamento do seu pagamento sem juros, já a partir de março".

"As medidas apresentadas [pelo Governo], estão no caminho certo, mas algumas não têm em consideração a realidade do setor, colocando condições que não se conseguem cumprir, impedindo as empresas de ter acesso às mesmas e com isso serem ineficazes", defende António Marques Vidal.

A associação diz que a portaria nº 71-A/2020, para apoio devido ao surto, "não dá resposta aos problemas atuais e tendo em consideração a presente data, já não evitará que as empresas que têm falta de tesouraria deixem de pagar os salários no fim deste mês", segundo a informação hoje divulgada.

A APECATE pede a "abertura de linhas de crédito imediato dirigido a microempresas, médias empresas e nano empresas", a possibilidade de "períodos de carência a empresas que tenham investimentos/dívidas à banca e, por fim, colocar em formação remunerada IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional] profissionais freelancers/recibos verdes (que representam um número elevadíssimo de profissionais que fica sem qualquer apoio)".

A associação realçou ainda o papel do setor dos eventos, congressos e animação turística, que "serão certamente determinantes no arranque da economia".

Por isso, a APECATE está já "em conversações com os órgãos competentes para definir estratégias para a retoma da economia, que envolvem campanhas de comunicação internas e externas, bem como ações mais concretas de rentabilização e criação de novas ofertas, aproveitando espaços atualmente devolutos, em espaços para eventos, nomeadamente em Lisboa e Porto".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.500 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, 331 pessoas foram infetadas, tendo-se registado hoje a primeira morte de uma pessoa infetada com o novo coronavírus, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido.
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