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Covid-19: DGS terá na segunda-feira lista de todos os hospitais que podem receber doentes

A Direção-Geral da Saúde (DGS) terá na segunda-feira a lista de todos os hospitais que poderão receber doentes infetados ou com suspeitas de coronavírus.

Reuters
15 de Fevereiro de 2020 às 20:28
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) terá na segunda-feira a lista de todos os hospitais que poderão receber doentes infetados ou com suspeitas de coronavírus, adiantou a diretora-geral, no dia em que saiu do hospital o grupo em quarentena voluntária.

"Na segunda-feira teremos a primeira lista de hospitais prontos para receber esses doentes, que tenham quartos de isolamento e de pressão negativa", disse Graça Freitas em conferência de imprensa, na sede da Direção-Geral da Saúde (DGS), em Lisboa, acrescentando que a pressão negativa dos quartos não é um requisito fundamental, mas "desejável" para obstaculizar a saída do vírus do quarto para o resto das instalações hospitalares.

Até segunda-feira os hospitais informam a DGS das instalações que cada um tem disponíveis e as condições são avaliadas, para depois ser divulgada a lista.

Atualmente, os hospitais preparados para receber doentes infetados com coronavírus (Covid-19) são o Curry Cabral (adultos) e Estefânia (crianças), em Lisboa, e o hospital de São João (adultos e crianças), no Porto, sendo o objetivo desta 'segunda linha' de hospitais o de reforçar a resposta dada pelas unidades de 'primeira linha', caso venha a ser necessário.

De momento, não há em Portugal qualquer pessoa identificada como estando infetada pelo coronavírus ou em risco de estar infetada. Na sexta-feira, o sétimo caso suspeito de infeção (uma criança regressada da China) deu resultado negativo.

Ainda na conferência de imprensa, Graça Freitas disse que esteve hoje no hospital Pulido Valente, em Lisboa, com os 20 cidadãos portugueses e brasileiros em isolamento voluntário, repatriados da cidade chinesa onde foi detetado o novo coronavírus. O isolamento terminou hoje.

Segundo Graça Freitas, no grupo o estado de espírito era "animado, bem disposto" e os cidadãos estavam sobretudo "satisfeitos por terminar o isolamento" e poderem fazer a sua vida sem restrições.

A responsável destacou o ambiente de "grande interação e companheirismo" dentro do grupo, que está "muito agradecido" pelo trabalho de equipas de limpeza, médicos, enfermeiros e psicólogos.

"Estavam satisfeitos não só por o país ter ido à China buscá-los, como por serem tratados com elevado profissionalismo", disse Graça Freitas, agradecendo em nome do Ministério da Saúde "a todos os profissionais que durante os 14 dias acompanharam estas pessoas", desde os que os transportaram desde a China até aos que os acompanharam no isolamento voluntário hospitalar.

Questionada sobre se se pode falar de sucesso na forma como as autoridades têm tratado esta ameaça de saúde pública, Graça Freitas afirmou a satisfação com a "capacidade do dispositivo de saúde pública", mas avisou que não se pode descansar.

"Até agora tem sido bem sucedido, mas nunca podemos ficar descansados com o sucesso, temos de estar sempre preparados para novos desafios", disse.

Atualmente, explicou, as equipas da DGS estão avaliar hora a hora o que se passa com a evolução do coronavírus no mundo, e em particular na China, onde técnicos da Organização Mundial de Saúde tentam perceber a cadeia de infeção do vírus (fase de incubação, fase infecciosa e a quantas pessoas uma pessoa infetada transmite o vírus).

"As medidas têm de ser ajustadas à evidência científica, à evolução do vírus. A boa notícia é que na China há muitas pessoas a recuperar", disse.

A diretora-geral de Saúde elogiou o comportamento da população em Portugal, que se tem informado sobre a epidemia localizada na China mas sem alarmismos, e apelou a que não haja discriminações em função da origem das pessoas, porque "o mundo é mesmo global, qualquer pessoa pode vir de qualquer lado do mundo, independentemente da sua aparência".

O surto do coronavírus Covid-19 - que surgiu na China, com epicentro na cidade de Wuhan - provocou 1.527 mortos e infetou cerca de 65 mil pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final do ano.

Além de 1.523 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.
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