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Correia de Campos: “Foi completamente errado retribuir desempenho com horas extra”
Ex-ministro da Saúde defende que internalização de serviços de hospitais pode ser uma reforma que “não custa nada” e ajudar a melhorar salários.
O antigo ministro da Saúde, António Correia de Campos, defende que o aumento das horas extra nos hospitais tem servido para melhorar remunerações, numa estratégia que considera errada, e advoga que é possível cortar na externalização de serviços e compensar mais os profissionais com melhores desempenhos.
"O que temos feito é retribuir o desempenho com horas extra. A certa altura, as pessoas a partir dos 50 anos já não estão disponíveis para fazer horas extra noturnas. Foi completamente errado", diz em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital.
Correia de Campos contrapõe com o modelo adotado nos cuidados de saúde primários, onde tem havido retribuição por desempenho nalgumas unidades de saúde familiar, o que também deve ocorrer nos hospitais do SNS. "Não é retribuição igual para todos, bons e maus", afirma.
Na entrevista, o ex-governante considera que se pode suportar a melhoria dos vencimentos "se nos hospitais se conseguir aplicar centros de responsabilidade integrados, que é a possibilidade de internalizar as despesas que hoje se fazem comprando serviços ao exterior: meios complementares de diagnóstico ou cirurgias".
"Se parte dessa despesa reverter para a melhoria das instalações e do funcionamento, e da retribuição dos funcionários, aí está uma coisa que não custa dinheiro", afirma.