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Coronavírus: unidades de saúde têm de atualizar planos

A Direção-Geral da Saúde admite que todo o cuidado é pouco na abordagem ao novo coronavírus que já matou 490 pessoas na China. Por isso, garante ter dado indicações às unidades de saúde para atualizarem os planos de contingência.

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, assume que “todo o cuidado é pouco”.
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, assume que “todo o cuidado é pouco”. Mariline Alves
05 de Fevereiro de 2020 às 21:54
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A Direção-Geral da Saúde deu indicação às unidades de saúde para atualizarem os seus planos de contingência.

“Todo o cuidado é pouco, temos de treinar, capacitar”, disse Graça Freitas, em conferência de imprensa, em Lisboa, na qual foi feito um balanço sobre a infeção pelo coronavírus 2019-nCov.

Graça Freitas garantiu que Portugal está a preparar-se para uma “eventual escalada de infeções”, pelo que foi dada indicação às unidades de saúde (hospitais e centros de saúde) para que os planos de contingência sejam “atualizados, reformulados, reavivados” de forma a haver profissionais formados e treinados e equipamento de proteção disponível.

A Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge tiveram ontem reuniões de trabalho com as administrações regionais de saúde, hospitais, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), laboratórios e entidades aeroportuárias para “atualizar procedimentos” face ao surto do 2019-nCov.

Além disso, Graça Freitas informou que os passageiros de voos provenientes da China vão receber nos aviões folhetos informativos sobre o que devem fazer na chegada a Portugal em caso de suspeita de sintomas de infeção. Uma “medida de precaução” que considerou “mais efetiva” do que os rastreios à chegada ao aeroporto, no nosso país, uma vez que “há pessoas que desembarcam sem sintomas” de infeção causada pelo novo coronavírus (família de vírus que pode provocar pneumonia).

A China elevou para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena. A primeira pessoa a morrer fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou uma situação de emergência pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

As análises preliminares efetuadas às 20 pessoas repatriadas por Portugal, que chegaram a Lisboa no domingo, tiveram resultados negativos. Os 18 portugueses e duas brasileiras vão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias em instalações dedicadas para o efeito. As análises aos quatro casos considerados suspeitos em Portugal tiveram também resultados negativos.

 

Passageiros de voos da China vão receber folhetos informativos.
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