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Coronavírus: unidades de saúde têm de atualizar planos
A Direção-Geral da Saúde admite que todo o cuidado é pouco na abordagem ao novo coronavírus que já matou 490 pessoas na China. Por isso, garante ter dado indicações às unidades de saúde para atualizarem os planos de contingência.
A Direção-Geral da Saúde deu indicação às unidades de saúde para atualizarem os seus planos de contingência.
“Todo o cuidado é pouco, temos de treinar, capacitar”, disse Graça Freitas, em conferência de imprensa, em Lisboa, na qual foi feito um balanço sobre a infeção pelo coronavírus 2019-nCov.
Graça Freitas garantiu que Portugal está a preparar-se para uma “eventual escalada de infeções”, pelo que foi dada indicação às unidades de saúde (hospitais e centros de saúde) para que os planos de contingência sejam “atualizados, reformulados, reavivados” de forma a haver profissionais formados e treinados e equipamento de proteção disponível.
A Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge tiveram ontem reuniões de trabalho com as administrações regionais de saúde, hospitais, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), laboratórios e entidades aeroportuárias para “atualizar procedimentos” face ao surto do 2019-nCov.
Além disso, Graça Freitas informou que os passageiros de voos provenientes da China vão receber nos aviões folhetos informativos sobre o que devem fazer na chegada a Portugal em caso de suspeita de sintomas de infeção. Uma “medida de precaução” que considerou “mais efetiva” do que os rastreios à chegada ao aeroporto, no nosso país, uma vez que “há pessoas que desembarcam sem sintomas” de infeção causada pelo novo coronavírus (família de vírus que pode provocar pneumonia).
A China elevou para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena. A primeira pessoa a morrer fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou uma situação de emergência pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
As análises preliminares efetuadas às 20 pessoas repatriadas por Portugal, que chegaram a Lisboa no domingo, tiveram resultados negativos. Os 18 portugueses e duas brasileiras vão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias em instalações dedicadas para o efeito. As análises aos quatro casos considerados suspeitos em Portugal tiveram também resultados negativos.