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Apifarma: Reforço de verbas para o SNS “ainda é insuficiente”

Presidente da Apifarma, João Almeida Lopes considera positivo o compromisso de baixar a dívida dos hospitais para 350 milhões, mas alerta que sem mais dinheiro os pagamentos em atraso vão voltar a subir.

Sara Matos
30 de Outubro de 2018 às 15:24
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O reforço de cerca de 200 milhões de euros no orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2019 embora seja positivo "ainda é insuficiente". Quem o diz é o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes.

Em declarações ao Negócios, à margem do congresso da Apifarma, que está a decorrer esta terça-feira, 30 de Outubro, em Lisboa, o presidente da associação dos laboratórios farmacêuticos diz mesmo que "os reforços" dos últimos anos "têm sido sempre insuficientes".

"A verdade é que o investimento em saúde em todos os países da OCDE tem vindo a aumentar sistematicamente. Portugal tem dados passos nesse sentido mas os passos têm sido tímidos. Há que reforçar o investimento público", afirma João Almeida Lopes, defendendo que "não se pode continuar a olhar para a saúde apenas como despesa".

Confrontado com o compromisso do Governo de baixar a dívida dos hospitais aos fornecedores para os 350 milhões de euros no final deste ano, o responsável desta associação farmacêutica afirmou que "se se concretizar será um tiro significativo na divida mas não quer dizer que ela não volte a subir se o financiamento não for adequado".

Questionado sobre se espera alguma alteração na política do medicamento, tendo em conta a nova equipa ministerial, João Almeida Lopes respondeu que não. "Acho que o país não está em época que justifique uma alteração", disse.

Francisco Ramos "esquece" proposta de redução do preço dos medicamentos

Na sua primeira intervenção pública na abertura do congresso da Apifarma, o novo secretário de Estado adjunto da Saúde, Francisco Ramos – que poucas semanas antes de assumir o cargo chegou a defender uma redução do preço dos medicamentos entre 10 a 20% - preferiu não abordar esta questão, não obstante ter referido que a despesa pública com medicamentos atingiu os 500 milhões de euros nos últimos três anos.


"Apesar da colaboração da indústria farmacêutica nesta componente de despesa pública, os medicamentos foram de longe a maior prioridade de aplicação de recursos financeiros no Serviço Nacional de Saúde", disse o governante.


"A indústria farmacêutica é um parceiro estratégico nos exigentes desafios na saúde" e é preciso procurar o "equilíbrio entre inovação, ganhos em saúde e sustentabilidade financeira, afirmou Francisco Ramos, salientando que há medicamentos novos que "podem pôr em causa a sustentabilidade" e por isso é preciso "encontrar soluções, priorizando escolhas, numa sociedade com recursos limitados".

"O modelo de financiamento do medicamento tem uma relevância muito grande" e o Ministério quer "compromisso de colaboração" que reforce os mecanismos de controlo e "garanta resultados com partilha de riscos", através de acordos de sustentabilidade "que queremos manter".
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