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40 anos do SNS: Esperança de vida aumentou 10 anos e mortalidade infantil teve redução drástica

Faz este domingo 40 anos que o Serviço Nacional de Saúde foi criado. Os números são elucidativos do contributo que deu para a melhoria da saúde em Portugal, agora enfrenta novos desafios.

15 de Setembro de 2019 às 10:37
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Quarenta anos depois da criação do SNS, Portugal aumentou a esperança média de vida em mais de 10 anos, reduziu drasticamente a mortalidade infantil, mas o sistema de saúde enfrenta uma população envelhecida e com mais doenças crónicas.

Em quatro décadas, Portugal passou dos países com piores indicadores de mortalidade infantil e materna da Europa Ocidental para um dos países com melhores indicadores do mundo. Criado a 15 de setembro de 1979, o Serviço Nacional de Saúde tem o objetivo de assegurar aos cidadãos o direito à proteção da saúde, devendo garantir um acesso geral, universal e tendencialmente gratuito.

A esperança média de vida foi um dos indicadores mais influenciados pela criação do SNS. Em 1979, a esperança de vida à nascença era de 71 anos e, 40 anos depois, os portugueses já vivem em média mais de 81 anos, segundo os dados oficiais.

Também a redução da mortalidade infantil permite perceber a melhoria geral das condições de vida e, sobretudo, o aumento do acesso a cuidados de saúde. Em 1979, a taxa de mortalidade infantil era de 26 por mil nascimentos e atualmente está abaixo dos três.

"Hoje, somos uma população envelhecida, com um baixo índice de fecundidade, que se depara com novos problemas de saúde, assumindo as doenças crónicas um peso crescente. Não menos relevantes são os atuais estilos de vida que revelam dinâmicas comportamentais associadas a fatores de risco determinantes para o estado de saúde dos portugueses", refere o documento "Retrato da Saúde 2018".

Nesse documento, a diretora-geral da Saúde assume que a "profunda mudança" do perfil demográfico e epidemiológico em Portugal "traz grandes desafios ao sistema de saúde". Com uma esperança média de vida a ultrapassar os 80 anos, Portugal tem atualmente mais de um milhão de pessoas acima dos 75 anos.

Este envelhecimento tem impacto no aumento de doenças crónicas e no número de doentes com várias patologias. São as doenças cerebrocardiovasculares, como os AVC, e os cancros as que mais afetam atualmente os portugueses e também as principais causas de morte.

Contudo, as doenças cerebrocardiovasculares apresentam uma tendência de descida na mortalidade, enquanto as doenças oncológicas têm tido "um aumento muito significativo entre a população portuguesa", como referido no documento "Retrato da Saúde 2018".

As doenças do aparelho circulatório representam quase 30% do total da mortalidade em Portugal, enquanto os tumores malignos representam 25%.

Um dos fatores de risco para a doença cardiovascular é a hipertensão, que afeta mais de um terço da população entre os 25 e os 74 anos, segundo dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico promovido pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA).

Também a obesidade surge como um dos fatores de risco com mais peso nas doenças em Portugal. O mesmo inquérito do INSA mostrou que 28,7% dos portugueses adultos têm obesidade e que, entre as crianças, mais de 30% apresentaram excesso de peso, apesar de este número ter diminuído nos últimos oito anos.
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