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Manuel Alegre declara apoio a Maria de Belém
O histórico socialista, candidato derrotado nas últimas duas eleições presidenciais, diz que "é tempo de Portugal ter uma mulher na Presidência da República".
O histórico socialista Manuel Alegre, que perdeu para Cavaco Silva as últimas duas corridas à Presidência da República – em 2006 como independente e em 2011 como candidato suportado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda –, declarou o apoio a Maria de Belém para as eleições Presidenciais agendadas para o início de 2016.
Num artigo de opinião publicado esta terça-feira, 18 de Agosto, no Diário de Notícias, Alegre justificou que a candidata, que rivaliza com Sampaio da Nóvoa no campo político do PS, é "uma socialista substantiva, com uma longa biografia política e provas dadas na luta pelos valores da liberdade, pelos direitos sociais, pela igualdade de género e pelos serviços públicos que simbolizam a natureza progressista e igualitária da nossa democracia".
Recorde-se que Maria de Belém foi a mandatária nacional da segunda candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, em que recolheu apenas 19,76% dos votos, contra 52,95% de Cavaco Silva. Cinco anos antes, sem o apoio do PS, que pendeu na altura para Mário Soares, quase forçou uma segunda volta nas eleições e ficou inclusive à frente do candidato oficial do partido.
No artigo de opinião do Diário de Notícias, o conselheiro de Estado lembrou que as candidaturas presidenciais "são, por excelência, o espaço da cidadania", mas recordou que "este tanto existe dentro como fora dos partidos". "Ninguém tem o exclusivo da cidadania. Ser membro de um partido não constitui uma menoridade cívica, como ser independente não confere a ninguém um estatuto de superioridade sobre quem assume a sua filiação partidária", argumentou.
Maria de Belém Roseira, 66 anos, natural do Porto, jurista, foi presidente do PS entre 2011 e 2014 e integrou os governos liderados por António Guterres como ministra da Saúde e ministra para a Igualdade. Na nota emitida na segunda-feira, 17 de Agosto, anunciou que a candidatura à Presidência será apresentada publicamente depois das legislativas de 4 de Outubro, notando que o faz "para evitar especulações" e por respeito aos seus apoiantes.