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Eleições no Brasil aumentam receios dos investidores

A consultora BMI Research alertou para a volatilidade do interesse dos investidores no Brasil devido à aproximação das eleições e às hipóteses cada vez mais escassas de aprovação de reformas durante o período eleitoral.

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Sergio Moraes
18 de Março de 2018 às 13:04
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"A época de campanha eleitoral no Brasil vai aquecer nos próximos meses, diminuindo a possibilidade de avanços em legislação importante e aumentando o risco de volatilidade no sentimento dos investidores", lê-se na mais recente análise de risco político da consultora BMI Research.

 

No comentário enviado aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a competição entre vários candidatos de centro-direita relativamente fracos aumenta o risco de os candidatos contrários às reformas avançarem para a segunda volta".

 

Os candidatos populistas, acrescenta a nota, "vão dominar o discurso público e deverão ter um efeito prolongado na definição das políticas públicas a seguir às eleições".

 

Ainda assim, a consultora espera uma melhoria da economia brasileira já este ano: "A recuperação económica do Brasil vai acelerar em 2018, liderada pelo aumento do consumo privado e do investimento", afirmam os analistas.

 

"Melhorámos a nossa previsão de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] de 2% para 2,5% devido ao aumento da confiança dos investidores e dos consumidores", acrescenta a nota, que dá conta de que, ainda assim, as eleições de Outubro podem dificultar a recuperação.

 

"No entanto, continuamos a considerar que as eleições nacionais de Outubro irão colocar dificuldades ao investimento, já que vão gerar incerteza sobre a direcção política do país", dizem os analistas.

 

A reforma do sistema de pensões, "que na prática foi suspenso devido à aproximação da campanha para as eleições", e a grande popularidade do antigo Presidente Lula da Silva, que promete reverter alguma das mais importantes medidas tomadas por Michel Temer, são dois dos pontos elencados pelos analistas para sustentar que "o sentimento contra os poderes instalados vai tornar difícil a realização de campanhas competitivas" que tragam confiança aos investidores.

 

A revisão em alta da previsão de crescimento económico feita por esta unidade de análise, que pertence ao mesmo grupo da agência de rating Fitch, fica mais em linha com o consenso dos economistas ouvidos pela agência de informação financeira Bloomberg, que antecipam um crescimento económico de 2,6%.

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