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Uma campanha presidencial com afecto para dar e vender

Este domingo, os candidatos da esfera de influência do PS falaram do afecto. Um para criticar, outro para se auto-elogiar. Marcelo, que tem distribuído afectos por todo o país, não sai da mira dos candidatos.

João Miguel Rodrigues
17 de Janeiro de 2016 às 19:34
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O afecto, como estratégia e mensagem, já era notório nesta campanha, mas neste domingo passou a servir também como instrumento de ataque. "Não podemos votar num candidato que agora não tem ideias nem assume compromissos, escusando-se atrás de uma estratégia apenas de afectos". A declaração é de Sampaio da Nóvoa dirigindo-se ao seu alvo predilecto Marcelo Rebelo de Sousa, que lidera destacado todas as sondagens.

Mas podia ter outro destinatário. Quase à mesma hora, Maria de Belém usava o afecto, mas como estratégia de defesa e de diferenciação face aos restantes candidatos, em particular Marcelo. Depois de visitar algumas feiras e de contactar com as pessoas, relata a agência Lusa, Maria de Belém afirmou que aquilo que as pessoas "sentem é afecto". "Esta candidatura e esta candidata não é afectiva a fingir", numa aparente alfinetada à candidatura de Marcelo. "Esta candidatura e esta candidata é genuinamente afectiva, como pode ser comprovado. Eu ainda não o tinha referido porque gostaria que todos aqueles que andam comigo tivessem experienciado esta vivência e esta relação", sublinhou.

Na candidatura de Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda, não se falou em afectos, mas trocaram-se afectos. Pablo Iglésias, líder do partido espanhol Podemos que alcançou um quinto dos votos nas legislativas de Dezembro, participou no sábado numa acção de campanha de Marisa Matias na qual não faltou a emoção. "Marisa tem algo mágico. As pessoas normais caminham. Marisa avança".

 

Marcelo recebe apoios discretos do PSD

Durante o fim-de-semana, Marcelo Rebelo de Sousa teve direito ao apoio directo de figuras cimeiras do PSD, que manifestamente tem dispensado, sublinhando o carácter independente da sua candidatura.

No sábado, numa iniciativa sobre as eleições intercalares para a Câmara de São João da Madeira, o presidente do PSD, Passos Coelho, apelou ao voto no antigo comentador televisivo. "Queremos que destas eleições [presidenciais] possa sair alguém que se afirme com independência e autonomia, que possa colaborar com o Governo que está em funções ou com outro que os portugueses venham a escolher quando acharem que é tempo de mudar de governo e esse alguém é, do nosso ponto de vista, Marcelo Rebelo de Sousa", disse, citado pela Lusa.

Curiosamente, esse apoio foi feito sublinhando sempre a autonomia do candidato face aos partidos que o apoiam. O ex-primeiro-ministro vincou que Marcelo Rebelo de Sousa não será eleito para defender nem o PSD, nem o CDS-PP, mas "fazer magistratura" acima dos partidos políticos.

Já este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa esteve sentado à mesa, num café em Espinho, com o líder parlamentar do PSD, onde trocaram afectos, num registo bem disposto e muito pessoal. Sobre o candidato, Luís Montenegro afirmou que este "se destaca por ter condições pessoais, políticas e profissionais que são de excelência, do melhor que há em Portugal", e tem tudo para ser "um Presidente da República que mobilize o país, que seja um factor de coesão, de estabilidade, de esperança para o futuro".

Quando faltam só sete dias para as eleições presidenciais, há um aspecto que parece unir todos os candidatos. Os alertas contra a abstenção, numa tentativa de contrariar a elevada abstenção que se receia.
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