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Trump recua e deixa de separar famílias na fronteira

O presidente dos EUA assinou esta quarta-feira uma ordem executiva para pôr fim a uma controversa medida que gerou protestos por todo o país e no resto do mundo: o de separar os adultos das crianças na tentativa de passagem da fronteira norte-americana.

20 de Junho de 2018 às 20:27
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Donald Trump anunciou esta tarde que iria ainda hoje assinar uma ordem executiva para acabar com a medida que tem estado em vigor e que separa as famílias que atravessam a fronteira entre o México e os EUA, mantendo as crianças e jovens retidas em"campos" [tendo sido divulgadas imagens em que se vê crianças a dormirem numa espécie de gaiola - ou jaula, como muitos lhe chamaram] enquanto se decide a deportação dos pais, tios e outros parentes.

Horas depois, Trump cumpria o prometido, tendo assinado uma ordem executiva exigindo que as famílias de imigrantes sejam detidas em conjunto quando são apanhadas a tentar entrar ilegalmente nos EUA.

 

Mas esta nova ordem já suscitou uma questão de grande relevância: atendendo a que as famílias ficarão detidas enquanto decorrerem os seus processos, isso poderá violar um acórdão da justiça dos EUA que impõe limites ao tempo que uma criança pode estar encarcerada, salienta a Reuters.

 

A medida de separação das famílias gerou fortes protestos, nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo, tendo o presidente norte-americano decidido então anunciar que iria acabar com esta prática. Esta separação das famílias inscrevia-se na política de "tolerância zero" em matéria de travessia ilegal das fronteiras.

 

A separação forçada das famílias que entram nos EUA pela fronteira sul acabou por criar uma crise política para a Casa Branca e mesmo alguns membros do partido de Trump (republicano) vieram dizer que o presidente estava a levar demasiado longe as suas políticas em relação à imigração, recorda o Financial Times.

 

Trump anunciou a sua intenção de recuar nesta medida após um debate com senadores sobre este assunto, segundo o The Guardian.

 

Mas a Reuters salienta que aqueles que tentam atravessar a fronteira "sem papéis" (os chamados indocumentados) não têm sido os únicos alvos desta medida que Trump tem levado a cabo. "Milhares de imigrantes ilegais, já profundamente enraizados nas comunidades que os acolheram, têm estado a ser detidos e separados das suas famílias, o que tem impactos devastadores".

Apesar de Trump ter recuado no que diz respeito à separação das famílias na fronteira, escreveu hoje várias mensagens na sua conta do Twiiter dizendo que as "fake news" (a comunicação social que o presidente considera que escreve mentiras, sobretudo a seu respeito) não está a mencionar a segurança do país quando se debruça sobre a imigração ilegal.

 

O chefe da Casa Branca escreveu também que a culpa é dos democratas, "porque não nos dão os votos necessários para aprovar uma boa legislação sobre a imigração". "Eles querem abrir as fronteiras, o que alimenta crimes horríveis", referiu, acrescentando que, por seu lado, "os republicanos querem segurança".

Recorde-se que tem havido também muita crispação e braços-de-ferro entre democratas e republicanos no que diz respeito à protecção dos jovens imigrantes indocumentados – conhecidos como ‘Dreamers’ (sonhadores).


O chamado programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) protegia da deportação os imigrantes ilegais que tivessem entrado nos EUA ainda crianças, mas Donald Trump interrompeu o funcionamento desse mecanismo e é esse programa que os democratas visam retomar.

(notícia actualizada às 23:20, com a assinatura da ordem executiva)

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