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EUA devolvem 522 crianças imigrantes que tinham sido separadas dos pais

Donald Trump tem recebido duras críticas, até do Partido Republicano, por ter instaurado uma política de "tolerância zero" que levou à separação de crianças imigrantes dos respectivos pais e que, segundo os seus críticos, pretendia dissuadir a imigração de mexicanos para os Estados Unidos da América.

24 de Junho de 2018 às 09:30
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Os Estados Unidos anunciaram que reuniram com suas famílias 522 crianças imigrantes que tinham sido separadas dos pais depois de atravessarem a fronteira com o México, primeira consequência da ordem executiva assinada por Trump.

 

O presidente americano assinou na quarta-feira um diploma que acabou com a separação das famílias de imigrantes ilegais à chegada aos Estados Unidos, mas avisou que iria continuar a apostar numa política de "tolerância zero".

 

A ordem executiva prevê que pais e filhos fiquem todos detidos no mesmo espaço e por tempo indeterminado. No caso de menores já separados de suas famílias, a reunificação depende do resultado do processo de deportação dos pais, diz o novo plano do governo.

 

Há duas opções: se um juiz determinar que o pai tem o direito de pedir asilo, as autoridades devem entregá-lo ao filho; mas se, pelo contrário, for decidido que o pai deve ser deportado, então ele só pode voltar a ter a custódia da criança quando está prestes a ser expulso dos Estados Unidos.

 

Actualmente, os pais estão sob custódia nos centros administrados pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), enquanto as crianças estão nos abrigos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que tem jurisdição sobre menores imigrantes.

 

Donald Trump tem recebido duras críticas, até do Partido Republicano, por ter instaurado uma política de "tolerância zero" que levou à separação de crianças imigrantes dos respectivos pais e que, segundo os seus críticos, pretendia dissuadir a imigração de mexicanos para os Estados Unidos da América.

 

No comunicado divulgado hoje, o Departamento de Segurança Interna dos EUA esclarece que, até 20 de Junho, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos tinha 2.053 crianças sob sua custódia, embora apenas 17% fossem separadas de seus pais, enquanto os restantes correspondiam a crianças que viajaram sozinhas.

 

A reunificação dos 522 menores foi realizada pelos serviços de Alfândega e Protecção das Fronteiras (CBP), agência que processa os indocumentados quando chegam ao país.

O CBP tinha planeado juntar 16 outras crianças aos seus pais na sexta-feira, mas a reunião teve que ser adiada devido às más condições climatéricas e possivelmente ocorrerá nas próximas 24 horas, de acordo com a nota.

 

Neste sábado, Donald Trump regressou ao debate migratório com um polémico discurso em Las Vegas em que garantiu que, sem as suas duras políticas migratórias, "milhões de imigrantes" atravessariam ilegalmente a fronteira com o México.

 

"Se mostrarmos qualquer fragilidade, virão milhões", assegurou Trump num casino em Las Vegas, onde o público repetia o seu nome e lhe pedia, aos gritos: "Construa o muro!".

 

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