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Sondagem: Incêndios desgastam PS. Direita sobe

O barómetro da Aximage de Outubro, que reflecte parcialmente os efeitos decorrentes dos últimos incêndios no centro do país, mostra um PS penalizado pelos acontecimentos e, em sentido inverso, a direita a subir. O PS cai 1,1 pontos percentuais e o PSD sobe 0,9 pontos, havendo uma clara transferência de votos dos socialistas para os social-democratas.

Nuno André Ferreira
20 de Outubro de 2017 às 20:30
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O PS é o partido que mais cai, o PSD o que mais sobe. A esquerda a cair e a direita a subir. São estas as principais leituras da sondagem realizada pela Aximage para o Negócios e o Correio da Manhã. O barómetro de Outubro da Aximage reflecte, ainda que parcialmente, as consequências, nas intenções de voto, provocadas pelos incêndios dos últimos dias no centro do país e que provocaram, até ao momento, 44 mortos.


O PS cai 1,1 pontos percentuais face a Setembro para 41,9% das intenções de voto, enquanto o PSD sobe quase na mesma proporção (+0,9 pontos percentuais) para 23,8%. Verifica-se uma transferência de votos entre as duas maiores forças políticas nacionais.

O CDS também sobe (0,7 pontos) para 5,9%, confirmando a tendência de reforço da direita parlamentar no barómetro da Aximage. Em sentido inverso, o Bloco de Esquerda e a CDU (PCP e Verdes) registam quedas ligeiras (ambos recuam ténues 0,1 pontos) para 9% e 7,7%, respectivamente. As forças que compõem a chamada geringonça perderam terreno para a direita.

Esta sondagem já repercute, embora não completamente, os efeitos que fizeram da última semana o momento mais delicado vivido pelo Executivo chefiado por António Costa. O estudo de opinião foi levado a cabo entre os dias 14 e 17 deste mês, sendo que os incêndios que assolaram, em especial, a zona centro do país lavraram principalmente no último fim-de-semana e na passada segunda-feira.

Parte das entrevistas foram feitas ainda no sábado e no domingo, tendo sido já ao final de dia 15 (domingo) que começou a ser perceptível a dimensão e gravidade dos incêndios que, por exemplo, dizimaram cerca de 80% do Pinhal de Leiria.

Por outro lado, a sondagem já não reflecte a comunicação ao país feita pelo Presidente da República cerca das 20:30 de terça-feira. A dura intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa acabou por aumentar a pressão sobre o primeiro-ministro e o Governo. Um dia depois desta intervenção, António Costa aceitou o pedido de demissão da até então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

 

Costa e Governo reforçados

Apesar da queda dos socialistas nas intenções de voto, tanto António Costa como o Governo surgem reforçados. O índice de expectativas mostra que 48,1% dos inquiridos pela Aximage consideram que o Executivo socialista está a actuar "melhor do que esperavam".

42% dos entrevistados consideram que o desempenho do Governo está a ser "igual ao que esperavam" e apenas 8,9% vêm a actuação como "pior do que esperavam".

Também a popularidade do primeiro-ministro parece não ser prejudicada pela mais recente crise provocada pelos fogos. Pelo contrário, depois de o nível de aceitação de Costa ter caído nos barómetros da Aximage de Julho e de Setembro, a popularidade do líder socialista cresceu agora de uma nota de 12,9 para 13,3 (avaliação de 0 a 20). Costa continua a ser o líder com maior índice de popularidade.

Bom resultado em Lisboa impulsiona popularidade de Cristas

O segundo lugar alcançado pela líder centrista na corrida à Câmara de Lisboa, nas autárquicas de 1 de Outubro, permitiu a Assunção Cristas alcançar uma nota positiva. Cristas passa de 7,2 para 10,5 e é de longe a líder partidária com melhor registo em Outubro.

Pelo seu lado, Catarina Martins, coordenadora do Bloco, continua a ter uma avaliação positiva (11,2), enquanto o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, passa de 10 para 9,8.

Por fim, o presidente do PSD, Passos Coelho, que após as autárquicas anunciou que não se recandidatará à liderança social-democrata nas eleições directas do partido, entretanto marcadas para Janeiro, continua a merecer uma nota negativa apesar da ligeira subida de 4,7 para 5,2.


 

Ex-ministra Urbano de Sousa era a pior ministra

Tendo em conta que este estudo de opinião foi concluído antes da demissão de Constança Urbano de Sousa, a agora ex-ministra da Administração Interna surgia ainda na avaliação feita pelos inquiridos pela Aximage.

Urbano de Sousa detinha claramente com a pior avaliação entre o elenco governativo, com 37,4% dos entrevistados a apontarem a então governante como a pior ministra. Desde a tragédia de Pedrógão Grande, em Junho, Constança Urbano de Sousa vinha sendo de forma recorrente considerada como o pior elemento do Governo.

O melhor ministro continua a ser Mário Centeno, avaliado como tal por 46%. O titular das Finanças é também o governante mais reconhecido pelos inquiridos quando instados a identificar espontaneamente o nome de um membro do Governo.

Quem também continua com uma avaliação muito favorável é Marcelo Rebelo de Sousa. Para 87% dos entrevistados, nos últimos 30 dias o Presidente actuou "bem". Somente 5,2% vêem o desempenho do chefe de Estado como "assim-assim" e 6% como "mau".

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