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Sem o "irritante", Angola formaliza novo embaixador para Portugal

Angola nomeou Carlos Alberto Fonseca para ser o embaixador angolano em Portugal. A nomeação estava em "stand by" até à resolução do caso judicial de Manuel Vicente.

Lusa
17 de Maio de 2018 às 14:31
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O Presidente angolano, João Lourenço, nomeou esta quinta-feira, dia 17 de Maio, Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca para o cargo de embaixador de Angola em Portugal, substituindo José Marcos Barrica, exonerado por decreto presidencial a 23 de Abril.

A informação consta de uma nota da Casa Civil do Presidente da República, enviada hoje à Lusa, anunciando a nomeação de Carlos Alberto Fonseca, que foi assessor diplomático do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

A formalização da nomeação aconteceu esta quinta-feira, pouco depois do caso judicial de Manuel Vicente ter sido enviado para Angola pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Desapareceu assim o "irritante", expressão do Governo português, nas relações entre Lisboa e Luanda.

Uma expressão utilizada também pelo Presidente da República: "Se quem tem poder de decidir decide isso, isso significa que há uma transferência e, se for esse o caso, desaparece o irritante", disse Marcelo Rebelo de Sousa em reação à notícia. Anteriormente, Marcelo tinha dito que a ausência temporária do embaixador era uma "questão passageira".

O anterior embaixador, Marcos Barrica, foi exonerado a 23 de Abril, tendo o cargo sido ocupado até agora por Isabel Godinho, ministra conselheira com categoria de embaixadora, de acordo com o Expresso. O mesmo jornal noticiou anteriormente que o Governo angolano ameaçava deixar o lugar vago perante a tensão nas relações entre os dois países. Já o Governo português deu logo luz verde ao nome de Carlos Alberto Fonseca.

No início da semana, o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, teve um encontro surpresa com João Lourenço. À saída, o ministro português disse que do chefe de Estado angolano leva "uma mensagem de amizade e de normalidade" para Portugal.

Contudo, esta quarta-feira o editorial do Jornal de Angola dava conta que os danos nas relações entre Angola e Portugal "ainda vão fazer-se sentir por algum tempo". "Passo a passo, vai-se quebrando o gelo que permitirá a reposição da cooperação política nos mais altos patamares, sendo, contudo, prudente não se pensar que a decisão do tribunal português, só por si, deixará tudo como era antes", alertava o director do Jornal de Angola, Victor Silva. 

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